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25 DE JULHO DE 2013

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Dizia-nos que era necessário uma outra visão para a economia, que tínhamos de olhar para o sistema

fiscal e alterá-lo, olhar para a economia e ter uma palavra para o crescimento.

Pergunto: onde fica essa palavra para o crescimento com os cortes de 4700 milhões? Já percebemos a

sua ideia. A sua ideia é cortar à mesma, mas com mais tempo, como se isso não tivesse impactos igualmente

nefastos para a economia. Pergunto: os 4700 milhões são ou não para cortar? Esse é ou não um objetivo do

Governo? Vai ou não rever — e o Sr. Deputado como economista poderá responder — a perspetiva de

recessão para este ano e a perspetiva de estagnação, que será, provavelmente, de recessão no próximo ano?

O Governo vai ou não alterar a previsão do desemprego? Isto é o que interessa e quanto a isso já sabemos

quais são as previsões do Governo.

Termino, colocando-lhe uma pergunta que me parece que é a avisada nos dias que correm: o Sr. Deputado

hoje, aqui, em julho de 2013, pode garantir que daqui a um ano Portugal não estará debaixo de um programa

cautelar, o tal segundo resgate, que já está a ser negociado e que, afinal, não é anunciado ao País, é

escondido? Porque essa é que é, de facto, a «prova dos nove» sobre se esta política funciona ou não

funciona. E o Sr. Deputado sabe bem que não foi um engano nas previsões, não foi um engano de escrita; a

carta de Vítor Gaspar era clara: este plano falhou!

O que o Sr. Deputado nos disse aqui, o que a Sr.ª Ministra de Estado e das Finanças nos disse é que

aquele plano, que era falhado e que já provou estar errado, é o plano que o Governo quer continuar a seguir.

Ora, o caminho está traçado: plano cautelar (daqui a um ano lá estaremos). Esse segundo resgate é já

inevitável com esta política da direita.

Aplausos do BE.

A Sr.ª Presidente: — A próxima pergunta é de Os Verdes.

Sr.ª Deputada Heloísa Apolónia, tem a palavra.

A Sr.ª Heloísa Apolónia (Os Verdes): — Sr.ª Presidente, Sr. Deputado Miguel Frasquilho, disse, em

resposta a perguntas anteriores, que nem tudo correu bem — assumiu-o assim.

Sr. Deputado, permita-me que lhe diga que acho que essa é uma análise muito pouco cuidada da

realidade. Houve muitas, muitas, muitíssimas coisas que correram mal!

Já agora, gostava que houvesse muita clareza da parte do Sr. Deputado. Já que diz que nem tudo correu

bem, o que é que, na sua perspetiva, correu, de facto, mal? Assuma, Sr. Deputado! É que eu gostava de maior

clareza, porque não percebi.

Sr. Deputado, o Sr. Presidente da República pode ter dado a mão ao Governo. De resto, a preocupação do

Sr. Presidente da República foi salvar esta maioria de direita, não foi salvar o País, e nós sabemo-lo. Aliás, as

expetativas não eram grandes, porque estamos a falar de uma pessoa que contribuiu, em muito, com a sua

própria mão para a situação em que o País se encontra.

O Sr. António Filipe (PCP): — Exatamente!

A Sr.ª Heloísa Apolónia (Os Verdes): — Mas, Sr. Deputado, não peçam a confiança dos portugueses. Não

peçam a confiança dos portugueses. Não é mais possível, Sr. Deputado!

O Sr. João Serpa Oliva (CDS-PP): — Olhe que não! Olhe que não!

A Sr.ª Heloísa Apolónia (Os Verdes): — O Sr. Deputado da tribuna, como, de resto, o Governo vai fazer

daqui para a frente, quis dar a ideia de que vem aí um novo ciclo e que faz de conta que nada do que se

passou nestes dois anos se passou efetivamente assim, vamos tentar jogar aqui com uma memória curta e

fazer de conta que, a partir de agora, tudo vai ser diferente.

O Sr. Deputado sabe, só nestes dois anos, quantas vezes o Governo já tentou incutir na cabeça dos

portugueses que estávamos a passar para um novo ciclo? Olhe, Sr. Deputado, todos os anos isso aconteceu!

Com certeza que não preciso de lhe lembrar, novamente, o que é que o Sr. Primeiro-Ministro disse em

2011!? Disse que 2012 era o ano da viragem. Não foi, Sr. Deputado!