25 DE JULHO DE 2013
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da capacidade produtiva e da procura interna, com a valorização e a dignificação de salários e reformas e com
a defesa intransigente dos interesses soberanos e nacionais.
Aplausos do PCP e de Os Verdes.
O Sr. Presidente (Ferro Rodrigues): — Julgo poder, em nome de todos, Sr.as
e Srs. Deputados, saudar o
Sr. Deputado Honório Novo, que vai renunciar ao seu mandato, agradecendo o seu contributo e desejando-lhe
as maiores felicidades para o futuro.
Aplausos gerais, de pé.
Mas ainda vai ter de responder a algumas perguntas, Sr. Deputado.
Para pedir esclarecimentos, tem a palavra o Sr. Deputado Eduardo Cabrita, do PS.
O Sr. Eduardo Cabrita (PS): — Sr. Presidente, Sr. Deputado Honório Novo, em primeiro lugar, gostaria de
me associar, em nome pessoal e em nome da bancada do Partido Socialista, à referência feita pelo Sr.
Presidente.
Sr. Deputado, a sua argúcia, o seu sentido crítico, o profissionalismo e empenho que coloca no debate dos
temas trazidos a Plenário ou às comissões em que participa marcam este Parlamento. Vamos, pois, sentir
falta da sua intervenção nos debates.
Enquanto Presidente da Comissão de Orçamento, Finanças e Administração Pública, constituiu para mim
uma honra tê-lo, durante estes dois anos, como Vice-Presidente da Comissão, numa colaboração sempre leal
e competente.
Sr. Deputado, a propósito da sua declaração política, gostaria de lhe transmitir o quanto convergimos em
muito da análise que faz. De facto, a situação em que o País se encontra corresponde a um misto de crise
económica e de desastre político, o que, quer num caso quer noutro, é da inteira responsabilidade da atual
maioria governativa.
O legado do 1.º ciclo deste Governo significa 18% de desemprego, 4% de recessão no 1.º trimestre, 127%
de dívida pública e uma falta de confiança, uma redução do consumo privado como não se verificava em
Portugal desde a Segunda Guerra Mundial. É este o legado do 1.º ciclo desta maioria, que não merecia «lado
b».
O Sr. Carlos Zorrinho (PS): — Muito bem!
O Sr. Eduardo Cabrita (PS): — A crise política que vivemos hoje é também da inteira responsabilidade
desta maioria, desde 1 de julho, desde a confissão de culpa de Vítor Gaspar e desde a irrevogável demissão
de Paulo Portas.
O Sr. Presidente (Ferro Rodrigues): — Sr. Deputado, peço-lhe que termine.
O Sr. Eduardo Cabrita (PS): — Por isso, Sr. Deputado, o desafio que gostaria que avaliasse é se o PCP
não entende que deve contribuir ativamente para que, com os parceiros sociais, e em torno da presença de
Portugal na União Europeia com uma voz ativa, se concorra para uma renegociação do Memorando de
Entendimento que nos permita cumprir as nossas obrigações externas e criar um caminho de crescimento, de
promoção do emprego e de desenvolvimento e não ser, como lamentavelmente há dois anos foi, a passadeira
vermelha que pôs a direita no poder.
Aplausos do PS.
O Sr. Presidente (Ferro Rodrigues): — Também para pedir esclarecimentos, tem a palavra o Sr. Deputado
Miguel Santos, do PSD.