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25 DE JULHO DE 2013

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O Sr. Honório Novo (PCP): — Sr.ª Deputada Heloísa Apolónia, queria agradecer as referências que fez e

dizer-lhe que aquilo que se passou na última semana, afinal, tinha toda a razão de ser.

A moção de censura que Os Verdes apresentaram aqui — e falo nela, porque é recente — afinal não foi

transformada numa moção de confiança, conforme disse o Dr. Paulo Portas. É que, se foi transformada numa

moção de confiança, então o Governo não necessita de uma, mas sim de duas moções de confiança para

fazer crer que tem a confiança do País, coisa que, naturalmente, não tem.

Finalmente, dirijo-me aos colegas Miguel Santos e João Pinho de Almeida, agradecendo as palavras que

me endereçaram. Uma vez que não me fizeram nenhuma pergunta política, queria apenas dizer-lhes que,

independentemente da vossa vontade, parafraseando Durão Barroso, não se iludam, que um dia destes vão

ter mesmo um acidente político, mais um acidente político.

Vão seguramente bater com a cabeça no muro do povo e dos trabalhadores portugueses, que vão impor

uma mudança de política e uma rutura com a troica e as suas políticas.

Se o Sr. Presidente me permitir que use da palavra por mais 2 minutos, queria terminar com algumas

referências de natureza pessoal.

O Sr. Presidente (Ferro Rodrigues): — Dois minutos parece-me um bocadinho excessivo, mas faça favor,

Sr. Deputado.

Risos.

O Sr. Honório Novo (PCP): — Sr. Presidente, apesar de ser V. Ex.ª a presidir, queria começar por dizer

que saio numa circunstância parlamentar muito especial, que é conjuntural mas que gostava de assinalar: saio

desta Casa com a primeira presidência feminina da história do Parlamento português, facto que queria

sublinhar. Mas queria estender esta homenagem — certamente a Sr.ª Presidente autoriza-me a fazê-lo —

sobretudo às mulheres portuguesas, às mulheres de todo o mundo que, ao longo de décadas e décadas,

lutaram e continuam a lutar, justificadamente, contra a discriminação e para a igualdade de direitos, sem os

quais a Dr.ª Assunção Esteves não seria hoje Presidente do nosso Parlamento.

Aplausos gerais.

Queria dizer-vos que, após 19 anos no cargo de Deputado, 5 no Parlamento Europeu e 14 nesta Casa, vou

regressar à vida profissional. Saio com um sentido de dever cumprido — e, naturalmente, vou andar por aí, Sr.

Deputado Miguel Santos. Vou andar por aí, mas com uma diferença relativamente a si: é que vou andar do

lado certo!

Risos.

Vou andar por aí, mas do lado certo, seguramente!

As minhas últimas palavras são dirigidas, em primeiro lugar, como homenagem e reconhecimento, a todos

os funcionários desta Casa, sem a participação dos quais certamente o Parlamento não seria o que é nem

seria capaz de dar as respostas que dá. E queria estender esta minha homenagem a todos os funcionários

públicos, de uma forma geral, que tão maltratados andam a ser, designadamente nos últimos anos.

O Sr. Bernardino Soares (PCP): — Muito bem!

O Sr. Honório Novo (PCP): — Queria cumprimentar também os profissionais da comunicação social, que

se encontram atrás de nós, com quem às vezes, particularmente, me confrontei porque achava que não eram

suficientemente claros na exposição das minhas posições e da minha bancada. Mas, certamente com o

reconhecimento de que o vosso papel também é difícil, espero que o façam e continuem a transmitir as

posições diversificadas de todas as bancadas desta Assembleia.