12 DE SETEMBRO DE 2013
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situações como as que vivemos não tornem a acontecer é uma exigência que todos temos de assumir. Será
assim que melhor expressaremos a gratidão e que não esqueceremos aqueles que entregaram as suas vidas
em benefício da comunidade e do nosso País.
A Sr. ª Presidente: — É agora a vez do CDS. Tem a palavra o Sr. Deputado Hélder Amaral.
O Sr. Hélder Amaral (CDS-PP): — Sr.ª Presidente, Sr. Ministro da Presidência e dos Assuntos
Parlamentares, Sr. Ministro da Administração Interna, Sr.as
e Srs. Deputados: Começo por apresentar as
nossas sentidas condolências às famílias das vítimas, aos amigos e às corporações de bombeiros e por
prestar a nossa homenagem a todos os bombeiros de Portugal, aos heróis do povo: António Nunes Ferreira,
Pedro Rodrigues, Ana Rita Pereira, Bernardo Figueiredo, Cátia Pereira Dias, Bernardo Cardoso, Fernando
Reis e Daniel Falcão. Eles foram à luta, numa dádiva generosa sem limites. Não os esqueceremos nunca, não
esqueceremos o seu exemplo.
Sabemos que o Parlamento vai constituir um grupo de trabalho e, como bem disse a Sr.ª Presidente, não é
hoje o dia, nem o local, nem o momento para debater as várias dimensões da defesa da floresta contra
incêndios. Mas queria garantir, em nome do CDS, hoje, a nossa disponibilidade para avaliar o que pode e
deve ser feito no seguimento do relatório que o Sr. Ministro da Administração Interna acaba de anunciar e que
apresentará em breve.
Gostaria também de referir a nossa convicção de que haverá apoios aos que foram atingidos por esta
tragédia.
Refiro ainda a nossa disponibilidade, no respeito da Constituição da República Portuguesa e do poder
judicial, para reduzir a divergência que há entre o número de criminosos que já foram julgados e condenados e
aqueles que se encontram efetivamente a cumprir pena de prisão.
Temos esperança de que, com a entrada em vigor do banco de terras, possamos ter mais terra cuidada,
menos terra abandonada, logo, melhor prevenção. É na prevenção que devemos concentrar o nosso esforço.
Porventura não precisaremos de mais leis, precisamos é de uma mudança de atitude.
Os incêndios, como sempre ouvimos dizer, não se combatem, evitam-se, principalmente através da
prevenção feita por aqueles que não podem nem devem ignorar a geografia e as características da floresta do
seu território. Novos aceiros, mais e melhores pontos de vigia, novos pontos de águas, mais e melhor limpeza
de matas, mais e melhores faixas de contenção, mais e melhor fiscalização são coisas que estão a nosso
alcance para evitarmos, ano após ano, tragédias como estas a que acabámos de assistir.
Sr.ª Presidente, direi, para terminar, que a homenagem a estes homens e mulheres que dão tudo e fazem
jus ao seu lema «vida por vida» merecem deste Parlamento, de todas as bancadas, uma maior atenção e um
reforço da vigilância e do que deve ser feito para prevenir e não tanto combater o flagelo dos incêndios em
Portugal.
A Sr.ª Presidente: — Pelo PCP, tem a palavra o Sr. Deputado António Filipe.
O Sr. António Filipe (PCP): — Sr.ª Presidente, Srs. Ministros, Sr.as
e Srs. Deputados: As nossas primeiras
palavras são para exprimir as nossas sinceras condolências aos familiares e às corporações dos bombeiros
falecidos este ano no combate aos fogos florestais.
O ano de 2013 tem sido trágico pelas consequências humanas dos incêndios florestais. É difícil encontrar
palavras para exprimir o nosso pesar pela morte de bombeiros no cumprimento da sua nobre, difícil e
benévola missão. Todas as homenagens são devidas a estes homens e a estas mulheres que diariamente
arriscam a vida em defesa da comunidade sem nada receberem em troca. Esse pesar é comum a todos nós e
a essas homenagens todos nos associamos.
Mas neste momento é preciso dizer algo mais. É preciso dizer que a dimensão e a gravidade dos fogos
florestais deriva de uma chaga que tem o nome de desordenamento florestal.
É claro que as condições climatéricas são propícias à propagação dos incêndios; é claro que há mão
criminosa em muitos incêndios, que é preciso combater com meios e com firmeza; mas é também claro que o
mau estado da floresta e a falta de investimento na prevenção contribuem decisivamente para agravar o
pesadelo que todos os anos nos assalta.