12 DE SETEMBRO DE 2013
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Estaremos cá, Sr.ª Presidente, Sr.as
e Srs. Deputados, para tudo o que for necessário, porque estas vidas
não podem ser perdidas em vão.
Por isso, comprometemo-nos. Vamos avaliar este processo e vamos apurar as responsabilidades, porque
esta história, estas perdas não se podem repetir.
A Sr.ª Presidente: — Tem agora a palavra a Sr.ª Deputada Heloísa Apolónia, de Os Verdes.
A Sr.ª Heloísa Apolónia (Os Verdes): — Sr.ª Presidente, Srs. Ministros, Sr.as
e Srs. Deputados: Queria, em
nome do Grupo Parlamentar Os Verdes, dizer que nos associamos completamente a este voto de pesar, que
subscrevemos, manifestando o nosso mais sentido pesar às famílias dos oitos bombeiros que perderam a vida
este ano e às respetivas corporações de bombeiros.
Morreram novos de idade, alguns muito novos de idade, a salvar o País das chamas absolutamente
descontroladas. Estes bombeiros morreram para salvar outras vidas e o património do País, num trabalho de
solidariedade e de abnegação que tem de ser absolutamente reconhecido. São pessoas, naturalmente, com
características muito especiais.
Sr.as
e Srs. Deputados, Os Verdes também julgam que a melhor forma de homenagear estes homens e
estas mulheres que perderam a vida e também de homenagear outros homens e mulheres que perderam a
vida no combate aos fogos noutros anos — e para que não voltemos muitas vezes, aqui, a homenagear outros
homens e outras mulheres que, eventualmente, perderam a sua vida no combate às chamas —, para
tentarmos poupar essas vidas é preciso que a Assembleia da República volte a fazer uma nova reflexão.
Sr.as
e Srs. Deputados, Os Verdes vão hoje fazer uma declaração política justamente sobre a matéria dos
incêndios florestais, porque consideramos que hoje, primeiro dia após o período de férias em que se reúne a
Comissão Permanente, é o dia em que a Assembleia da República tem de começar a discutir o flagelo dos
fogos florestais. E a discussão deste voto, como primeira marca, é extraordinariamente importante.
Estes são os homens e as mulheres que, primeiro, temos de homenagear, mas homenageá-los significa
também fazer uma grande reflexão.
Aquando da preparação da declaração política que vou proferir, estive a reler um relatório da Assembleia
da República de 1990. Desde então, morreram muitos bombeiros e muitas bombeiras. Sr.as
e Srs. Deputados,
aconselho-os a todos que leiam o que aquele relatório refere sobre prevenção dos fogos florestais.
Sr.as
e Srs. Deputados, se hoje fizermos um relatório no Parlamento sobre a prevenção dos fogos florestais,
vamos buscar quase todas aquelas ideias.
O que é que falhou? Os bombeiros diziam, na televisão, este ano: «Falhou a prevenção, o que dificulta
muito mais o combate! A prevenção não aconteceu como deveria ter acontecido!» E nós temos de ouvir isto!
Isto tem de resultar em ação, em pró-atividade!
Sr.as
e Srs. Deputados, não vou dizer muito mais neste momento, que é de sentido pesar e de homenagem
às famílias e às corporações, mas quero dizer mais qualquer coisa daqui a alguns minutos, quando proferir a
minha declaração política.
A Sr.ª Presidente: — Para intervir, em nome do Governo, tem a palavra o Sr. Ministro da Administração
Interna.
O Sr. Ministro da Administração Interna (Miguel Macedo): — Sr.ª Presidente, Sr.as
e Srs. Deputados:
Queria, em nome do Governo, associar-me ao voto de pesar que o Parlamento hoje expressa pela morte dos
bombeiros vítimas do combate às chamas em defesa de pessoas, de bens e do património florestal do País.
Um voto de pesar pelo António, pelo Pedro, pela Ana Rita, pelo Bernardo Figueiredo, pelo Bernardo Cardoso,
pela Cátia, pelo Fernando e pelo Daniel.
Este voto de pesar é também um voto de reconhecimento e de gratidão pelo trabalho, pelo empenhamento,
pelo exemplo e pela dedicação de todos aqueles que abraçam a missão nobre de socorrer e de assistir os
outros.
É um voto que evoca a memória e os exemplos destes bombeiros e que não esquece, neste momento,
todos aqueles que, ainda nos hospitais, lutam pela vida, sendo acompanhados com enorme carinho e enorme