3 DE OUTUBRO DE 2013
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Fundamentais, que, como se sabe, tem o mesmo valor jurídico dos tratados, tal como o reconhecimento dos
partidos políticos europeus.
Neste sentido, estamos, hoje, aqui não só a transpor para a ordem jurídica interna esta Diretiva, mas
também as recomendações que foram dirigidas aos governos nacionais por parte da Comissão Europeia,
designadamente a Recomendação 1303, de 2013.
O que está aqui em causa é reforçar a dimensão europeia das eleições europeias. Repito, reforçar a
dimensão europeia das eleições europeias!
Esta proposta de lei, transpondo a Diretiva, visa facilitar a capacidade eleitoral passiva dos cidadãos
residentes em Estado diferente da sua nacionalidade, como previsto, aliás, no n.º 5 do artigo 15.º da
Constituição da República Portuguesa.
Em 2009, de entre os 492 milhões de eleitores, apenas houve 81 cidadãos da Europa candidatos nas listas
dos vários Estados-membros que estavam a residir noutro Estado-membro, o que é manifestamente
insuficiente.
Todavia, as recomendações que foram dirigidas ao Governo português, como aos demais governos
nacionais, incluíam outros aspetos, nomeadamente: especificar a filiação dos partidos nacionais com os
partidos europeus; fixar uma data única eleitoral e o encerramento das urnas à mesma hora em todos os
países; ser conhecido antecipadamente o Presidente da Comissão Europeia e o seu programa para que haja
um debate a esse respeito antes da sua eleição, que será uma eleição feita pelo Parlamento Europeu; e,
ainda, que os comissários sejam escolhidos, sobretudo, de entre os Deputados eleitos para o Parlamento
Europeu e que os boletins de voto, em cada país (também em Portugal), expressem essa associação dos
partidos nacionais aos partidos políticos europeus.
Manifestando, é claro, o apoio do Partido Socialista a esta proposta de lei, que transpõe uma Diretiva com
a qual estamos de acordo, para terminar, gostaria de colocar duas questões ao Governo.
Primeira questão: por que razão o Governo não aproveita esta proposta de lei para atender, também, a
alguma das recomendações que foram dirigidas pela Comissão Europeia ao Governo? Por que razão o
Governo faz silêncio sobre essas recomendações e nada propõe sobre elas?
Em segundo lugar, queria aproveitar para questionar o Governo acerca dos atrasos na divulgação e no
conhecimento dos resultados das eleições autárquicas de domingo passado. Parece-me que as medidas que
o Governo tem vindo a tomar de destruição da máquina administrativa do Estado — que, neste caso, passou
também pela extinção, inconstitucional aliás, dos governadores civis, cuja falta já se notou na questão dos
fogos florestais e da proteção civil — foram visíveis nas eleições autárquicas.
Isto mostra como o Governo, combatendo contra o Estado, contra a Administração Pública, só cria
problemas, aumenta as despesas…
O Sr. João Pinho de Almeida (CDS-PP): — E os governadores civis poupavam despesa!…
O Sr. Luís Pita Ameixa (PS): — Há mais despesas, hoje, com as eleições e com o processo de contagem
eleitoral; há mais despesas, hoje, com a proteção civil por causa das alterações que foram feitas e os
resultados são negativos, designadamente os que se prendem com os resultados eleitorais. O Governo deve
responder por isso!
Aplausos do PS.
A Sr.ª Presidente (Teresa Caeiro): — Para uma intervenção, tem a palavra o Sr. Deputado Hugo Lopes
Soares.
O Sr. Hugo Lopes Soares (PSD): — Sr.ª Presidente, Sr. Deputado Pita Ameixa, com toda a estima e
consideração que tenho por si — sabe que sim —, queria dizer-lhe que o Sr. Deputado é um resistente, pois
deve ser a única pessoa neste País que ainda fala, que ainda luta, que ainda pugna pela existência dos
governos civis.
O Sr. João Pinho de Almeida (CDS-PP): — Exatamente!