3 DE OUTUBRO DE 2013
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O Sr. Deputado fala na extinção dos governos civis, mas é preciso dizer que os governos civis não foram
extintos, os governos civis têm consagração constitucional, como todos sabemos. Os governadores civis não
foram nomeados e houve uma redistribuição de competências por diversas entidades.
Protestos do Deputado do PS Luís Pita Ameixa.
Só o Sr. Deputado é que, ainda, tem saudade.
Em todo o caso, Sr. Deputado Luís Pita Ameixa, deixe-me dizer-lhe que, para quem esteve em diferentes
reuniões, ao longo de um ano, sobre a organização do processo eleitoral das eleições autárquicas, o Sr.
Deputado foi incapaz de dizer que estas eleições, do ponto de vista da administração eleitoral, correram bem
— e, Sr. Deputado, correram muito bem.
Mais: perante as eleições mais complexas de sempre, do ponto de vista da administração eleitoral, como
dissemos várias vezes, com implicações em mais de 1000 freguesias, e implicações de diferente natureza,
como, aliás, o Sr. Deputado bem sabe, pois houve mais de 50 alterações em 50 freguesias, por força da
alteração dos limites territoriais e mais de 4 milhões de eleitores tiveram a sua situação eleitoral alterada, o Sr.
Deputado foi totalmente incapaz de dizer que correu bem.
Ó Sr. Deputado, em 2009, havia governos civis e mais de 200 000 habitantes ficaram sem poder exercer o
seu direito de voto.
Aplausos do PSD e do CDS-PP.
Em 2005, tivemos de esperar duas horas de escrutínio provisório, para começar a obter resultados, e
também havia governos civis.
Aplausos do CDS-PP.
E para ficarmos totalmente esclarecidos quanto a esta matéria: em 1993, no dia das eleições, ficaram 121
freguesias por apurar para o dia seguinte; em 1999, ficaram 37 freguesias por apurar para o dia seguinte; em
2001, ficaram por apurar, para o dia seguinte, 74 freguesias; em 2005, foram 70 freguesias que ficaram por
apurar para o dia seguinte, sendo certo que, no dia seguinte, não conseguiram fechar uma delas; em 2009,
ficaram 2 freguesias por apurar; em 2013, com a reforma administrativa que fizemos, que é uma das maiores
reformas administrativas de sempre, ao nível das freguesias, ficaram 71 freguesias para o dia seguinte, mas,
no dia seguinte, como sabemos, todas ficaram concluídas.
Aplausos do PSD e do CDS-PP.
Termino, Sr.ª Presidente, dizendo apenas ao Sr. Deputado Luís Pita Ameixa que temos, de facto, diferentes
abordagens deste debate, pelo que podemos dizer umas coisas ou podemos abordar os temas com
profundidade e seriedade.
Aplausos do PSD e do CDS-PP.
A Sr.ª Presidente (Teresa Caeiro): — A Mesa não regista mais inscrições, pelo que está concluída a
discussão deste ponto da ordem de trabalhos.
Vamos prosseguir com o terceiro e último ponto da ordem do dia de hoje, que consiste na apreciação do
Decreto-Lei n.º 129/2013, de 6 de setembro, que aprova o processo de privatização dos CTT — Correios de
Portugal, SA [apreciação parlamentar n.º 63/XII (3.ª) (PCP)].
Para uma intervenção, tem a palavra o Sr. Deputado Bruno Dias.
O Sr. Bruno Dias (PCP): — Sr.ª Presidente, Sr.as
e Srs. Deputados, Srs. Membros do Governo: Entregar
os CTT — Correios de Portugal aos grupos económicos é uma decisão criminosa, do ponto de vista político,
económico, da vida das populações e da própria soberania.