12 DE OUTUBRO DE 2013
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A Sr.ª Mariana Aiveca (BE): — Que proteção?!
O Sr. Jorge Paulo Oliveira (PSD): — … os que trabalham no Estado e os outros.
Discordamos da decisão do Tribunal Constitucional, mas respeitamos a sua decisão. Ao contrário da
oposição, que, em bloco, apenas soube reagir festivamente, nós, PSD e CDS-PP, reagimos construtivamente,
apresentando uma proposta de alteração que, expurgando as sentenciadas inconstitucionalidades, revela bem
o nosso empenho na requalificação dos trabalhadores,…
A Sr.ª Rita Rato (PCP): — É, é!
O Sr. Jorge Paulo Oliveira (PSD): — … na reorganização funcional dos serviços do Estado e, por último,
Sr.ª Presidente, Sr.as
e Srs. Deputados, na resolução das debilidades financeiras estruturais graves com que o
Estado português se depara, mas que muitos, muitos, preferem continuar a ignorar.
Aplausos do PSD e do CDS-PP.
Entretanto, assumiu a presidência a Vice-Presidente Teresa Caeiro.
A Sr.ª Presidente: — Para uma intervenção, tem a palavra o Sr. Deputado Jorge Machado.
O Sr. Jorge Machado (PCP): — Sr.ª Presidente, Srs. Deputados: Chumbo atrás de chumbo, o Governo
PSD/CDS reprova sucessiva e rotundamente no teste da Constituição de Abril.
A Sr.ª Rita Rato (PCP): — Exatamente!
O Sr. Jorge Machado (PCP): — A tentativa de impor o despedimento sem justa causa e arbitrário na
Administração Pública embateu na Constituição de Abril e quem caiu foi o Governo.
Hoje, é dia para dizer que o Governo, também devido à luta dos trabalhadores, sofreu uma estrondosa
derrota.
A Sr.ª Rita Rato (PCP): — Muito bem!
O Sr. Jorge Machado (PCP): — O projeto político de reconfiguração e destruição da Administração
Pública deste Governo de desgraça nacional, que implica encerrar serviços públicos para contratar serviços a
grandes grupos económicos, sofreu um revés. Na verdade, o Governo queria despedir arbitrariamente e sem
justa causa para poder o mais rapidamente possível atacar e destruir a escola pública, o Serviço Nacional de
Saúde (SNS) ou o direito a serviços públicos de proximidade.
A decisão do Tribunal Constitucional, que obriga à presente reapreciação, veio pôr travão a este caminho e
veio confirmar o que o PCP já tinha denunciado por diversas vezes, pois no debate, na generalidade,
dissemos, e passo a citar: «O Governo pretende legalizar o despedimento sem justa causa e arbitrário na
Administração Pública, o que viola a Constituição, para assim promover o maior despedimento coletivo alguma
vez visto no nosso País.»
Contudo, a decisão do Tribunal Constitucional, que travou, e muito bem, os intentos do Governo de
promover despedimentos selvagens na Administração Pública, não fez este Governo PSD/CDS desistir da
intenção de atacar e destruir a Administração Pública para concentrar cada vez mais riqueza em meia dúzia
de grupos económicos.
A Sr.ª Rita Rato (PCP): — Exatamente!
O Sr. Jorge Machado (PCP): — Na verdade, no presente diploma em reapreciação, que deveria apenas
servir para eliminar as inconstitucionalidades decretadas, a maioria PSD/CDS-PP desfere um novo ataque aos
direitos dos trabalhadores. E digo-o, porque sem discussão pública, sem audição e negociação com os