12 DE OUTUBRO DE 2013
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desemprego inverta a sua tendência dos últimos anos, de permanente crescimento, tornando-se num flagelo
que ameaça o nosso Estado social, como gostamos de o ter e como o valorizamos.
Nesse sentido, Srs. Deputados, cá estaremos para o terceiro debate deste ano sobre esta temática, mas a
seu tempo, e o seu tempo é após o fecho das negociações em concertação social.
Aplausos do PSD e do CDS-PP.
O Sr. Nuno Sá (PS): — Ainda não começaram!
A Sr.ª Presidente: — Ainda para uma intervenção, dispondo de pouco tempo, tem a palavra a Sr.ª
Deputada Rita Rato.
A Sr.ª Rita Rato (PCP): — Sr.ª Presidente, Srs. Deputados: Hoje, no nosso País, mais de 500 000
trabalhadores sobrevivem com o salário mínimo nacional, abaixo do limiar de pobreza. Isto é inaceitável e
revela uma opção de classe deste Governo: não há dinheiro para aumentar o salário mínimo nacional —
dizem o PSD, o CDS e o Partido Socialista —, mas há dinheiro para parcerias público-privadas, há dinheiro
para privilégios da banca e dos grupos financeiros, há dinheiro para swaps, há dinheiro para tudo isto, só não
há dinheiro para aplicar naquilo que é uma decisão política. Os parceiros sociais têm, naturalmente, o seu
espaço, mas esta é uma decisão política, uma decisão política de valorização do trabalho e dos trabalhadores,
de combate à pobreza, de estímulo ao próprio desenvolvimento do País. É isto que aqui propomos!
Os Srs. Deputados do PSD e do CDS estão do lado do salário mínimo nacional de miséria, do
empobrecimento generalizado de pessoas que todos os dias se levantam para trabalhar e continuam, todos os
dias, a empobrecer. Os Srs. Deputados acham que isto é aceitável, mas é inaceitável!
O Sr. Jorge Machado (PCP): — Exatamente!
A Sr.ª Rita Rato (PCP): — Por isso, o que se exige, hoje, aqui, e que o PCP aqui propõe, é que se
aumente o salário mínimo nacional, como uma medida básica de combate à pobreza e de valorização do
mundo do trabalho e dos trabalhadores.
Por aquilo que nos compete, continuaremos sempre a lutar pelo aumento do salário mínimo nacional. Os
direitos dos trabalhadores são direitos fundamentais consagrados na Constituição e são um pilar do próprio
regime democrático.
A Sr.ª Presidente: — Queira terminar, Sr.ª Deputada.
A Sr.ª Rita Rato (PCP): — Termino, Sr.ª Presidente, dizendo o seguinte: o salário mínimo nacional foi uma
conquista da luta dos trabalhadores. Será também a luta dos trabalhadores a exigir a sua valorização e, já no
próximo dia 19 de outubro, na Ponte 25 de Abril e no Porto, na marcha convocada pela CGPT-IN, milhares de
trabalhadores exigirão uma vida melhor, um País mais justo, a derrota deste Governo e desta política das
troicas.
Aplausos do PCP e de Os Verdes.
A Sr.ª Presidente: — Para uma intervenção, em 5 segundos, tem a palavra a Sr.ª Deputada Mariana
Aiveca.
A Sr.ª Mariana Aiveca (BE): — Sr.ª Presidente, serei breve.
Quero apenas dizer que o aumento do salário mínimo nacional decorre de uma decisão do Governo e, por
isso mesmo, o Governo tem toda a legitimidade para o fazer, ouvida, naturalmente, a concertação social.
O que aqui propomos é uma recomendação nesse sentido. Aliás, temos vindo a propô-la reiteradamente e
quero dizer-vos, Srs. Deputados da direita, que assim continuaremos a fazer.