O texto apresentado é obtido de forma automática, não levando em conta elementos gráficos e podendo conter erros. Se encontrar algum erro, por favor informe os serviços através da página de contactos.
Não foi possivel carregar a página pretendida. Reportar Erro

I SÉRIE — NÚMERO 16

88

outra vez fazer aumentar as falências; e vão outra vez degradar o balanço dos bancos! A Sr.ª Ministra das

Finanças diz que não. Porquê? Porque acredita.

Tudo bem, mas mais ninguém acredita, Sr.ª Ministra das Finanças, e é o seu dever explicar e não apenas

refugiar-se nas suas convicções e sentimentos pessoais.

Portanto, a Sr.ª Ministra das Finanças tem de dizer como é que explica aquele quadro macroeconómico:

como é que corta 4000 milhões de euros em salários e em pensões e, misteriosamente, o rendimento das

famílias aumenta, bem como o consumo, quando isso nunca aconteceu. Como é que é possível, Sr.ª Ministra?

A Sr.ª Ministra não diz!

A Sr.ª Ministra das Finanças também tem falado muito do reforço do balanço dos bancos. Não sei se leu,

mas são os próprios bancos e a maioria das agências de rating a dizer que, neste momento, a maior ameaça

ao balanço dos bancos (que é aquilo que justifica que a Sr.ª Ministra das Finança esteja sistematicamente a

pôr mais dinheiro para recapitalizar os bancos numa espécie de balde furado, porque a Sr.ª Ministra mete lá

dinheiro mas ele volta a sair) é a procura interna!

Neste momento, a procura interna é a maior ameaça à degradação da estabilidade financeira. E o que é

que a Sr.ª Ministra faz? Degrada a procura interna! E que é que conclui? Não vai acontecer nada ao balanço

dos bancos. Mais uma vez, é a sua convicção e apenas a sua convicção.

Depois, vem-nos falar aqui do futuro radioso, da transformação estrutural, dos extraordinários sinais na

economia! Isso só demonstra que a Sr.ª Ministra das Finanças não faz a mais pequena ideia do que se está a

passar na economia!

Vozes do PSD: — Oh!…

O Sr. João Galamba (PS): — Diz o Instituto Nacional de Estatística (INE) que o que aconteceu no 2.º

trimestre foi que houve uma melhoria da procura interna, quando o objetivo deste Governo era «carregar» na

procura interna e melhorar a procura externa! O INE disse que não foi isso que aconteceu, portanto, os sinais

de que a senhora se vangloria devem-se exatamente àquela área que não quer que melhore — a procura

interna.

Porquê? Bem, aparentemente, as expetativas racionais que fazem com que a austeridade anunciada em

maio não tenha efeitos agora, porque já tinha sido anunciada, não se aplicam à decisão do Tribunal

Constitucional, que nessa mesma altura disse que, afinal, as pessoas iam receber mais dinheiro do que

estavam à espera!

Aplausos do PS.

Portanto, as expetativas racionais só funcionam num sentido, isto é, para a austeridade! Mas no que

respeita ao Tribunal Constitucional, que pôs um travão a estas medidas do Governo, já não interessam!

Portanto, Sr.ª Ministra das Finanças, não percebo como é possível destruir um País e dizer que se cria

futuro! O que é que a Sr.ª Ministra está a construir?! Para além de não reduzir o défice, não melhora a

sustentabilidade da dívida!

A Sr.ª Ministra das Finanças disse que é uma questão de aritmética, que enquanto houver défice a dívida

cresce! Não é! Na página 36 do Relatório do Orçamento do Estado diz-se que a principal razão para aumentar

a dívida não é o défice, é a diferença entre a taxa de juro e o crescimento, que é o chamado «efeito bola de

neve». É o quê, Sr.ª Ministra das Finanças? É a recessão causada pelas suas políticas. Essa sim, e não o

défice, é a principal razão pela qual a dívida cresce! A Sr.ª Ministra das Finanças não quer saber disto, apesar

de estar escrito no seu Orçamento.

Para terminar, a Sr.ª Ministra das Finanças fala muito de futuro. Os portugueses sabem bem que futuro a

Sr.ª Ministra lhes está a reservar: é o passado do qual toda a geração de portugueses quis escapar, desde

que aderimos à União Europeia, ou seja, um passado de pobreza e de miséria.

A Sr.ª Ministra das Finanças e o seu Governo têm uma, e apenas uma, ideia para o País: barato no

trabalho, barato no capital e, depois, o mercado fará a sua magia. Não fez e não fará!… Esse é o futuro de

desgraça que tem para os portugueses!

Este não é o Orçamento da libertação, Sr.ª Ministra das Finanças. É exatamente o oposto!

Páginas Relacionadas
Página 0030:
I SÉRIE — NÚMERO 16 30 O Sr. Bruno Dias (PCP): — O mesmo não s
Pág.Página 30
Página 0031:
1 DE NOVEMBRO DE 2013 31 O Sr. Paulo Sá (PCP): — Entretanto, Sr. Primeiro-Ministro,
Pág.Página 31
Página 0067:
1 DE NOVEMBRO DE 2013 67 determinadas condições. É isso que, algum dia, os senhores
Pág.Página 67
Página 0068:
I SÉRIE — NÚMERO 16 68 destruição e precarização do emprego e de aume
Pág.Página 68
Página 0069:
1 DE NOVEMBRO DE 2013 69 de horários de trabalho. O Governo mantém mais de 1,4 milh
Pág.Página 69
Página 0070:
I SÉRIE — NÚMERO 16 70 confrontado com as consequências das suas polí
Pág.Página 70
Página 0071:
1 DE NOVEMBRO DE 2013 71 O Sr. João Oliveira (PCP): — Muito bem!
Pág.Página 71
Página 0081:
1 DE NOVEMBRO DE 2013 81 O Sr. Presidente (António Filipe): — Para pedir esclarecim
Pág.Página 81
Página 0082:
I SÉRIE — NÚMERO 16 82 Apesar dos 20 000 milhões de euros de austerid
Pág.Página 82