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1 DE NOVEMBRO DE 2013

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Sr.ª Ministra, não é verdade que para baixar o défice, para baixar a dívida, é preciso, de duas, uma, ou

aumentar impostos ou reduzir despesa?

Visto que há quem diga aqui, de forma sistemática, que é contra o aumento de impostos, penso que é

necessário, definitivamente, reduzir a despesa. Quanto a essa redução da despesa, Sr.ª Ministra, tenho de

recordar que uma das medidas que vai fazer descer a despesa é a dos cortes salariais. Os cortes salariais

foram iniciados pelo Governo socialista no Orçamento para 2011. É bom recordar esse fator, porque parece

que foi uma invenção do atual Governo cortar os salários da Administração Pública. Foi o Governo socialista

que, no Orçamento para 2011, criou esta medida!

Aplausos do PSD e do CDS-PP.

Sr.ª Ministra, o Tribunal Constitucional já se pronunciou sobre este corte salarial. Gostava que nos

recordasse o que é que o Tribunal Constitucional disse sobre esse corte salarial criado pelo Governo

socrático.

A Sr.ª Sónia Fertuzinhos (PS): — O que é que disse o PSD? Diga lá!

O Sr. Duarte Pacheco (PSD): — O PSD, na altura, disse algo que há dias foi deturpado por vós.

O que disse a líder do PSD, na altura, foi muito simplesmente o seguinte: se há folga, se o Governo da

República considera que há folga, então é normal que faça essa descida. Se o Governo acha que há folga! E

porquê? Porque não havia transparência nas contas públicas, porque os senhores chumbaram aqui, em 2009,

por exemplo, a proposta para que a Unidade Técnica de Apoio Orçamental (UTAO) fizesse uma auditoria às

contas para sabermos o défice real antes das eleições, que os senhores esconderam dos portugueses.

O Sr. Hugo Lopes Soares (PSD): — Claro! Claro!

O Sr. Duarte Pacheco (PSD): — É preciso contarem toda a verdade antes de tentarem, de novo, enganar

os portugueses!

Por fim, Sr.ª Ministra, todos sabemos que os Orçamentos são obras, mas não são obras perfeitas. Todos

podemos, sempre, introduzir oportunidades de melhoria. As bancadas do PSD e do CDS-PP estão disponíveis

e muito motivadas para, em colaboração com o Governo, reforçar a equidade deste Orçamento. Tenho a

certeza, Sr.ª Ministra, de que vai estar ao nosso lado para que esse objetivo seja alcançado.

Aplausos do PSD e do CDS-PP.

A Sr.ª Presidente: — A próxima pergunta é do Bloco de Esquerda.

Sr.ª Deputada Mariana Mortágua, tem a palavra.

A Sr.ª Mariana Mortágua (BE): — Sr.ª Presidente, Srs. Membros do Governo, Sr.as

e Srs. Deputados, Sr.ª

Ministra, é importante, neste debate, separar o que são factos do passado, o que são factos do presente e

aquilo que parecem ser profissões de fé em relação ao futuro.

Primeiro facto: Portugal perdeu 7500 milhões de euros em três anos. Segundo facto: mesmo se houvesse o

milagre de um crescimento de 0,8%, precisaríamos de 12,5 anos para recuperar tudo o que perdemos em três

anos. Portanto, o facto é este: a três anos de recessão profunda vamos juntar 12 anos para recuperar tudo o

que perdemos, ou seja, são 15 anos de produção, de salários e de vida destruídos. Isto, sim, é uma espiral

recessiva! É, verdade, existe uma espiral recessiva em Portugal — são 15 anos desperdiçados à custa da

austeridade!

Um segundo aspeto, Sr.ª Ministra, tem a ver com uma contradição insanável do discurso que aqui nos traz

hoje.

No mesmo discurso em que diz que este é um Orçamento de futuro, é o caminho para a libertação, é o fim

dos sacrifícios, a recuperação da soberania e sabe-se lá que mais, diz-nos que a dívida é para pagar. Em

relação ao facto de que a divida é para pagar, não resisto a fazer um pequeno parêntesis: se é o défice que