5 DE DEZEMBRO DE 2013
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Aplausos do PSD e do CDS-PP.
Por isso, Sr. Deputado, respondo-lhe dizendo que, em tempos difíceis, temos todos de exercer uma
enorme autorresponsabilidade. A Mesa fará o seu melhor. Peço também aos cidadãos e a todos os que vivem
estes tempos connosco, na mesma comunidade, que exerçam a sua autorresponsabilidade.
Os critérios da entrada são aqueles que são sempre seguidos. Já fui saber o que se passa. Faremos com
que tudo corra dentro da normalidade e que o acesso dos cidadãos seja um acesso livre e tranquilo, que o
Parlamento sempre deve observar como instituição que, por natureza, tem as suas portas abertas.
Penso que tudo estará a normalizar-se. Como estou na Mesa tenho alguma dificuldade em ter a perceção
direta dos acontecimentos, mas, Sr. Deputado, quero deixá-lo descansado que todos os cuidados serão
tomados para que os cidadãos exerçam os seus direitos.
O Sr. Pedro Filipe Soares (BE): — Peço a palavra, Sr.ª Presidente.
A Sr.ª Presidente: — Tem a palavra, Sr. Deputado.
O Sr. Pedro Filipe Soares (BE): — Sr.ª Presidente, creio que todos devemos admitir que a intenção de
qualquer cidadão que vem à Assembleia da República seja a de assistir aos trabalhos; é isso que está
previsto.
No entanto, não deixo de reparar que, neste momento, há galerias vazias, e essa é a parte
incompreensível deste processo. Se há cidadãos que querem entrar, se não está a acontecer aqui nenhuma
manifestação cuja responsabilidade lhes possa ser assacada, ou que os impeça de entrar, e se temos galerias
vazias, a pergunta mantém-se: porque é que estes cidadãos não podem entrar na Casa da democracia?
A Sr.ª Presidente: — Sr. Deputado, os cidadãos podem entrar na Casa.
Não posso ver o que se está a passar, estando aqui na Mesa, mas já me informei. A segurança tem ordens
para deixar entrar as pessoas no Parlamento, aliás, só pode ser assim, não pode ser pensável de outra
maneira.
Temos de agir com o cuidado necessário para que os direitos de todos se exerçam e também com o
cuidado necessário para que um direito não seja transformado na prática de um crime, quando as
manifestações ocorrem cá dentro. A atitude na entrada nada tem que ver com isso.
A segurança tem ordens para ter em conta os direitos das pessoas que aqui querem entrar. O Parlamento
tem as portas abertas — são as ordens da Mesa.
Posso sair daqui para ver o que se esteja a passar, mas já me informei e está a haver um controlo
adequado das entradas. Mas poderei informar-me de novo, Sr. Deputado, e fá-lo-ei no exercício de um dever
meu, não vou deixar de o fazer.
O Sr. João Oliveira (PCP): — Peço a palavra, Sr.ª Presidente.
A Sr.ª Presidente: — Faça favor, Sr. Deputado João Oliveira.
O Sr. João Oliveira (PCP): — Sr.ª Presidente, como bem sabe, a partir do momento em que tivemos
informação desta questão, aliás, foi publicamente divulgada pelos órgãos de comunicação social, alertámos a
Mesa para o que estava a acontecer.
Sr.ª Presidente, pela nossa parte, queremos apenas assegurar que o direito dos cidadãos de acederem às
galerias não seja infringido,…
A Sr.ª Presidente: — Com certeza!
O Sr. João Oliveira (PCP): — … porque caso isso aconteça não estaremos perante um ilícito de menor
gravidade, é também um crime.