I SÉRIE — NÚMERO 24
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No caso específico dos contratos de associação, a verba não somente continuará a diminuir em 2014 como
tem diminuído sucessivamente desde 2010. Assim, entre 2010 e 2014, as escolas com contratos de
associação sofreram um corte de 25%, o que equivale a 49 milhões de euros.
O Sr. Michael Seufert (CDS-PP): — Pois é!
O Sr. Artur Rêgo (CDS-PP): — Bem lembrado!
A Sr.ª Inês Teotónio Pereira (CDS-PP): — E ainda no caso específico dos contratos simples, onde a
esquerda identificou avanços em direção ao cheque-ensino, como se uma coisa tivesse algo que ver com a
outra, é preciso insistir que isso também não é verdade.
Como sabem, e se não sabem deveriam saber, os contratos simples servem a população estudantil mais
desfavorecida e, infelizmente, por efeito da crise, para 2014, foram identificadas maiores necessidades, razão
pela qual a verba aumentou.
O Sr. Michael Seufert (CDS-PP): — Muito bem!
A Sr.ª Inês Teotónio Pereira (CDS-PP): — Assim — e concluo —, não alinhamos em preconceitos nem
contra os privados nem sobre a destruição da escola pública. Acreditamos, sim, na liberdade de educação
tanto no público como no privado e vemos neste Estatuto do Ensino Particular e Cooperativo um importante
contributo nesse sentido.
Sr.ª Deputada Odete João, o caráter supletivo do ensino particular e cooperativo desapareceu da
Constituição na revisão de 1982.
Aplausos do CDS-PP e do PSD.
A Sr.ª Presidente: — A próxima intervenção é do PSD.
Sr.ª Deputada Isilda Aguincha, faça favor.
A Sr.ª Isilda Aguincha (PSD): — Sr.ª Presidente, Srs. Secretários de Estado, Sr.as
e Srs. Deputados: A
apreciação parlamentar n.º 68/XII (3.ª), do Partido Socialista, é relativa ao Decreto-Lei n.º 152/2013, de 4 de
novembro, que aprova o Estatuto do Ensino Particular e Cooperativo de nível não superior.
Acusações sobre acusações consubstanciam a estratégia do Partido Socialista contra o Decreto-Lei que
regulamenta e adapta à realidade dos nossos tempos as normas resultantes da Lei de Bases do Ensino
Particular e Cooperativo de 1979, alterada pela Lei n.º 33/2012.
Sr.ª Deputada Odete João, falou em mercantilização do ensino e em proteção do mercado privado com
dinheiros públicos. A Sr.ª Deputada esteve certamente a fazer um report sobre o trabalho do Governo anterior.
O Sr. Artur Rêgo (CDS-PP): — Ora bem!
A Sr.ª Isilda Aguincha (PSD): — Também a apreciação parlamentar n.º 69/XII (3.ª), do PCP, faz um
conjunto de considerações e acusações com uma componente vincadamente ideológica a favor da escola
pública do Estado, em defesa da mesma e do Estado pelo Estado, ignorando o trabalho que o ensino
particular e cooperativo tem feito, nomeadamente permitindo o acesso à educação a tantos que, sem esta
opção, jamais teriam acedido à educação e à formação.
O Sr. Artur Rêgo (CDS-PP): — Ora bem!
A Sr.ª Isilda Aguincha (PSD): — Sabemos que os contratos de associação existem em Portugal há mais
de 30 anos e que compete ao Estado garantir o direito à educação, o que não significa nem implica que o
serviço público de educação se deva restringir às escolas estatais.