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5 DE DEZEMBRO DE 2013

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condições para que a escola seja um espaço de inclusão, igualdade de oportunidades, superação de

desigualdades e desenvolvimento sociocultural.

Para o PCP, é claro o ataque desmesurado à escola pública, espelhado na alteração do Estatuto da

Carreira Docente do Governo PS, através da avaliação dos professores, da imposição de quotas para

progressão na carreira, do fim da gestão democrática e da constituição de mega-agrupamentos. Mas o ataque

continua com alterações curriculares, a introdução do ensino dual, o aumento de alunos por turma, as

rescisões amigáveis, a mobilidade, agora requalificação, que são exemplos concretos da forma como PS, PSD

e CDS vão alterando e reconfigurando o papel do Estado na educação, desfigurando a escola de Abril.

A pretexto da dita «liberdade de escolha», o Governo prepara-se para financiar livremente as escolas

privadas, independentemente da existência ou não de cobertura da rede pública.

No Orçamento do Estado para 2014, a educação sofreu um corte de 580 milhões. É o favorecimento

descarado dos privados, em detrimento da escola pública.

Por todo o País, existem escolas públicas onde fecham cursos, enquanto na escola ao lado, muitas vezes

do outro lado da rua, os cursos mantêm-se ou abrem novos cursos em escolas privadas, financiadas pelo

contrato de associação.

Mas, se a manutenção do financiamento do ensino particular e cooperativo sem uma avaliação real das

necessidades da rede pública por parte do Governo já era evidência de uma opção política, a verdade é que

com este Decreto-Lei não só se financia a escola privada com o financiamento direto do Estado, através de

contratos de associação, como se criam os contratos simples de apoio à família e os contratos de

desenvolvimento e apoio à família — o chamado «cheque-ensino».

Para o PCP é inaceitável este favorecimento do ensino privado, através do financiamento direto e da

introdução de nova regulamentação. Vejamos o artigo 25.º deste Decreto-Lei, que permite a abertura de

escolas só com um ou os primeiros anos de um ciclo ou curso, ou seja, para a celebração de um contrato de

associação deixa de existir a regra de ser considerada a oferta da rede pública.

Epicteto diz que «só a educação liberta».

Urge, portanto, requalificar as escolas públicas, dotá-las de meios materiais e humanos para que se

garanta o seu normal funcionamento, bem como proceder ao alargamento da rede de escolas públicas de

forma a garantir um ensino público de qualidade para todos, pilar fundamental na construção e manutenção do

regime democrático.

A Sr.ª Rita Rato (PCP): — Muito bem!

A Sr.ª Paula Baptista (PCP): — É com este objetivo que o PCP propõe um conjunto de medidas que visam

o investimento e o reforço na rede pública, reduzindo gradualmente o apoio ao ensino particular e cooperativo.

Aplausos do PCP.

A Sr.ª Presidente: — Muito obrigada, Sr.ª Deputada Paula Baptista. Ainda não tinha tido oportunidade de

lhe dar as boas-vindas ao Parlamento, pelo que o faço e lhe desejo as maiores felicidades.

Dou agora a palavra, para intervir pelo Bloco de Esquerda, ao Sr. Deputado Luís Fazenda.

O Sr. Luís Fazenda (BE): — Sr.ª Presidente, Srs. Membros do Governo: Pelos vistos, o Sr. Ministro da

Educação não sentiu necessidade de vir hoje ao Parlamento, o que lamentamos.

Sr.as

Deputadas, Srs. Deputados, estas alterações ao Estatuto do Ensino Particular e Cooperativo são

graves, na ótica do Bloco de Esquerda. E porquê? Porque anteriormente já vínhamos vendo, sentindo e

contestando que havia apoios ao ensino privado aonde já não havia necessidade de existir uma oferta

supletiva relativamente ao ensino público. Em muitas cidades do País, já existia concorrência entre escolas

com contratos de associação e a escola pública, havendo professores com horário zero na escola pública,

havendo turmas por preencher na escola pública. E sabíamos, e mantemos isso, que havia interesses e

negócios na continuação desses contratos de associação.