I SÉRIE — NÚMERO 24
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Portanto, gostávamos de ter a garantia de que os procedimentos seguidos para que as pessoas acedam às
galerias estão a decorrer no estrito cumprimento da lei. Sr.ª Presidente, essa é a única garantia que nos pode
confortar.
A Sr.ª Presidente: — Sr. Deputado, nem eu concebo as coisas de outra maneira, como sabe!
Já tentei saber o que se passa e poderei fazê-lo de novo, até porque há uma insistência dos Srs.
Deputados. Eu serei a primeira a garantir o acesso livre e não condicionado, de quem quer que seja, ao
Parlamento. E peço a quem tem o direito de aqui aceder que respeite o funcionamento do Parlamento e que
cumpra as regras de cidadania e as regras legais do nosso regime democrático.
O Sr. Hugo Lopes Soares (PSD): — Muito bem!
A Sr.ª Presidente: — Srs. Deputados, vamos, então, passar ao ponto 4 da ordem do dia, que consiste na
apreciação do Decreto-Lei n.º 146/2013, de 22 de outubro, que procede à décima segunda alteração do
Estatuto da Carreira dos Educadores de Infância e dos Professores dos Ensinos Básico e Secundário,
aprovado pelo Decreto-Lei n.º 139-A/90, de 28 de abril, e à primeira alteração ao Decreto-Lei n.º 132/2012, de
27 de junho [apreciação parlamentar n.º 67/XII (3.ª) (PCP)], conjuntamente com as petições n.os
290/XII (3.ª)
— Da iniciativa de Marco Gabriel Lopes Teixeira e outros, solicitando que não seja implementada a prova de
avaliação de conhecimentos e competências para ingresso na carreira docente, e 298/XII (3.ª) — Da iniciativa
da FENPROF — Federação Nacional dos Professores, solicitando a revogação da prova de acesso ao
exercício da profissão docente.
Srs. Deputados, vamos discutir em conjunto a apreciação parlamentar e as duas petições, visto que em
Conferência de Líderes acertámos, por consenso, que a afinidade temática destas três referências, a
apreciação parlamentar e as petições, sugerem e apelam para que o debate seja em conjunto.
Sendo assim, para dar início ao debate e apresentar a apreciação parlamentar do PCP, dou a palavra à
Sr.ª Deputada Rita Rato.
Faça favor, Sr.ª Deputada.
A Sr.ª Rita Rato (PCP): — Sr.ª Presidente, Srs. Deputados: Gostaria de, em nome do Partido Comunista
Português, começar por saudar a luta corajosa e determinada de todos os professores portugueses contra
esta prova de humilhação, incluindo as centenas de professores que estão à porta desta Assembleia a lutar
pela abolição desta prova injusta.
O Sr. João Oliveira (PCP): — Muito bem!
A Sr.ª Rita Rato (PCP): — O PCP quis discutir aqui, hoje, a injustiça e a iniquidade desta prova de
avaliação para professores contratados, porque a sua abolição é da mais elementar justiça.
Esta iniciativa do PCP é uma oportunidade única para travar este processo vergonhoso. Esta prova é uma
aberração, é inaceitável.
Sr. Secretário de Estado, diga aqui, hoje, qual é o verdadeiro objetivo desta prova e quais são as reais
intenções do Governo, que se esconde por detrás de uma prova que pretende agravar o desemprego docente.
30 000 professores contratados no desemprego ainda não chegam, Sr. Secretário de Estado? Quantos mais
quer?!
O Sr. João Oliveira (PCP): — Muito bem!
A Sr.ª Rita Rato (PCP): — Para o PCP, esta prova é de humilhação e de desvalorização de milhares de
homens e de mulheres que têm andado com a casa às costas para fazerem aquilo que mais gostam, que é
ensinar.
O Sr. João Oliveira (PCP): — Exatamente!