5 DE DEZEMBRO DE 2013
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um caminho que, tenho a firme convicção, a maioria dos portugueses, e muito em particular a comunidade
educativa no que respeita à área da educação, deseja que mais vezes seja percorrido na política portuguesa.
O Sr. Hugo Lopes Soares (PSD): — Muito bem! Isto é que é sério!
O Sr. Amadeu Soares Albergaria (PSD): — Seria, por exemplo, um bom passo que pudéssemos perceber
o que pensa o Partido Socialista sobre este entendimento, que contou com o empenhamento pessoal do Sr.
Secretário-Geral da UGT, Dr. Carlos Silva. Ou que, num momento em que se alcança este consenso, em que
foi feito um percurso de diálogo construtivo, o Partido Socialista se deixasse de radicalismos e de posições
meramente eleitoralistas, como as que hoje foram protagonizadas pela Sr.ª Deputada Odete João e, agora
mesmo, pelo Sr. Deputado Acácio Pinto, renegando a paternidade desta prova.
O Sr. João Oliveira (PCP): — Olhe que o «filho» é dos três!
O Sr. Amadeu Soares Albergaria (PSD): — Termino anunciando que, nos termos regimentais, o Grupo
Parlamentar do PSD, em conjunto com o do CDS, já fez entrar na Mesa uma proposta de alteração ao
Decreto-Lei em apreciação, onde se procura ir ao encontro do entendimento alcançado entre a UGT e o
Governo.
Aplausos do PSD e do CDS-PP.
A Sr.ª Presidente (Teresa Caeiro): — Para uma intervenção, tem a palavra a Sr.ª Deputada Heloísa
Apolónia.
A Sr.ª Heloísa Apolónia (Os Verdes): — Sr.ª Presidente, Srs. Membros do Governo, Sr.as
e Srs.
Deputados: A primeira pergunta que se impõe fazer ao Governo, aqui presente, é a de saber o que é que o
Governo tem contra os professores.
Aplausos de Os Verdes e do PCP.
Por que é que o Governo toma os professores como seus inimigos? Por que é que o Governo insiste em
massacrar este grupo profissional, tão fundamental à estabilidade do nosso sistema de ensino? É que, se os
senhores dizem que não querem a degradação da escola pública, estabilizem a classe docente, Sr. Secretário
de Estado.
Vejamos: o Governo faz um discurso dando a entender lá para fora uma realidade diferente daquela que
verdadeiramente existe. É que já há pessoas neste País a pensar que os professores não são avaliados, por
causa daquilo que o Governo tanto insiste em falar, isto é, da prova de avaliação de conhecimentos e
competências.
Mas gostava de dizer aquilo que todos aqui sabem — não é verdade?! — e que todos, lá fora, sabem ou
deveriam saber: os professores já são avaliados! Há uma coisa que se chama «avaliação de desempenho»!
Pergunto, Sr. Secretário de Estado: essa avaliação de desempenho não afere das competências e dos
conhecimentos dos professores?
A Sr.ª Rita Rato (PCP): — Afere!
A Sr.ª Heloísa Apolónia (Os Verdes): — Então, Sr. Secretário de Estado, andamos aqui a brincar às
avaliações?! Não, não andamos! O que o Governo está a fazer tem outro propósito. Não é para avaliar nada; é
para ver como é que esta prova — dando o primeiro passo este ano e prosseguindo nos anos seguintes —
pode concorrer para despedir mais professores. Este é o vosso verdadeiro objetivo, Sr. Secretário de Estado!
O Sr. Nuno Magalhães (CDS-PP): — Tão visionária!