I SÉRIE — NÚMERO 24
30
A Sr.ª Heloísa Apolónia (Os Verdes): — Mas há coisas a que obviamente importa responder. Por
exemplo, uma questão que já foi aqui colocada é esta coisa dos cinco anos. Porquê cinco anos?! Dantes, era
preciso mais; agora, já são cinco anos. O Sr. Secretário de Estado vai fazer o favor de responder.
Mas 20 € para pagar uma prova, Sr. Secretário de Estado?! Mais 15 € para cada grupo de recrutamento?!
Quanto é que o Estado ganha com isto, Sr. Secretário de Estado?
Aplausos de Os Verdes e do PCP.
A Sr.ª Presidente (Teresa Caeiro): — Para uma intervenção, tem a palavra o Sr. Secretário de Estado do
Ensino Básico e Secundário.
O Sr. Secretário de Estado do Ensino Básico e Secundário (João Grancho): — Sr.ª Presidente, Sr.as
e
Srs. Deputados: No dia 3 de dezembro, o relatório PISA 2012 veio revelar uma clara melhoria nos resultados
dos alunos portugueses.
Reconhecemos que, de facto, são bons resultados — apesar da tendência da estabilização num patamar
que está ainda longe de ser satisfatório —, mas que reforçam e justificam a necessidade de medidas que
melhorem a qualidade da educação.
O Sr. Michael Seufert (CDS-PP): — Bem lembrado!
O Sr. Secretário de Estado do Ensino Básico e Secundário: — Reconhecemos também a importância
determinante dos professores para esses resultados e naturalmente para os resultados dos alunos.
É por isso que este Governo tem feito um caminho de valorização da profissão docente, adotando um
conjunto de medidas que visam exatamente essa valorização.
A realização da prova, já prevista desde 2008, a par da obrigatoriedade de realização de exames do
secundário a Português e a Matemática para acesso aos cursos de formação, a revisão da habilitação para a
docência, bem como a alteração do quadro regulador da formação contínua, traduzem claramente esse
propósito.
E estas medidas, é bom lembrá-lo, recordando mais uma vez o relatório PISA 2012, vão ao encontro
daquelas que foram identificadas, nesse mesmo relatório, como características dos sistemas com maior
sucesso: a aposta na qualidade da docência, através da seleção e formação de professores; e o
estabelecimento de metas claras, conjugadas com a autonomia pedagógica na forma de as alcançar.
O Sr. João Oliveira (PCP): — O que é que esta prova tem a ver com isso? Nada!
O Sr. Secretário de Estado do Ensino Básico e Secundário: — Sr.as
e Srs. Deputados, o Governo
valoriza o papel dos professores e reconhece a importância dos anos de experiência de cada um.
O Sr. João Oliveira (PCP): — Isso é conversa fiada!
O Sr. Secretário de Estado do Ensino Básico e Secundário: — Por isso, a prova de avaliação de
conhecimentos e capacidades não se aplica aos docentes dos quadros e, na sua regulamentação atual, já
prevê uma discriminação positiva dos que têm cinco ou mais anos de serviço, com caráter transitório e com
efeitos apenas ao ano de 2014.
Mas o Governo, Sr.as
e Srs. Deputados, está sempre aberto ao diálogo.
Risos do PCP.
E, nesse sentido, após ouvir as preocupações manifestadas pela UGT — na sequência de um pedido de
reunião com caráter de urgência, que nós acolhemos, no passado dia 2 — e auscultar também as opiniões do
Sr. Presidente do Conselho Nacional de Educação e do Conselho de Escolas, e levar em devida nota a
opinião emitida pelo Sr. Provedor de Justiça, o Governo admitiu desenvolver ou acolher favoravelmente uma