5 DE DEZEMBRO DE 2013
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A Sr.ª Heloísa Apolónia (Os Verdes): — Sabe porquê, Sr.ª Secretária de Estado? É que, caso o Governo
não tenha estado atento, nós, Os Verdes, fizemos perguntas muito concretas. Mas o Sr. Secretário de Estado,
como trazia um discurso escrito, não quis fugir do seu discurso e, então, começou a falar de coisas que nada
tinham a ver com a prova. Eventualmente, o Governo irá falar da prova, a seguir.
Portanto, vou esperar pela intervenção do Governo para, depois, poder reagir.
Aplausos de Os Verdes e do PCP.
A Sr.ª Presidente (Teresa Caeiro): — Como sabe, Sr.ª Deputada, a Mesa não tem poderes para fazer com
que o Governo se inscreva.
Pausa.
A Mesa não regista, neste momento, inscrições.
O Sr. João Oliveira (PCP): — É uma atitude corajosa, a de fugir ao debate!
A Sr.ª Presidente (Teresa Caeiro): — Tem a palavra a Sr.ª Deputada Heloísa Apolónia.
A Sr.ª Heloísa Apolónia (Os Verdes): — Sr.ª Presidente, vamos ver se o Governo reage aqui com mais
alguma seriedade do que reage em relação aos professores portugueses, que é com absolutamente nenhuma
seriedade.
Portanto, vamos ver se o Governo agora se reserva para o fim, para não obter reação por parte dos
Deputados.
Queria também dizer o seguinte: coloquei uma questão que não tem a ver com o âmbito da prova em si, ou
seja, com a lógica da prova em si — que é uma absoluta aberração e uma indignidade para com os docentes
deste País —, mas com os custos da prova. Pergunto: porque é que o Governo não quer falar sobre isso?
Estamos a falar de pessoas precárias, de pessoas que, muitas delas, neste momento, estão no desemprego,
estão sem rendimentos, e os senhores dizem-lhes «vão ter de realizar obrigatoriamente uma prova». E dizem
mais: «Damos outro brinde, o de terem de pagar 20 € e, por cada grupo de recrutamento, mais 15 € para cá».
Isto não é brincar com as pessoas? Isto não é gozar com as pessoas? Isto não é uma indignidade para com
as pessoas? Os senhores vão até ao limite, passam do limite da realização da prova para os custos. Isto é
uma absoluta indecência. Este Governo é indecente. E estar ainda a criar e a definir critérios a poucos dias de
uma suposta realização da prova, é uma autêntica aberração. Os senhores não têm onde se sustentar! Os
senhores são a trapalhada em pessoa!
Portanto, Sr.as
e Srs. Deputados, o que Os Verdes propõem hoje, na Assembleia da República, com um
projeto de resolução é a anulação desta prova. É isto que se impõe no País. Os senhores não inventem mais
para poderem levar a cabo aquela que é a vossa política central, que é o despedimento de funcionários
públicos.
Neste caso não há nenhuma preocupação com avaliação, porque essa avaliação está feita. O que os
senhores querem fazer é reduzir pessoal, dando o primeiro passo este ano e para os anos seguintes,
encontrando mais mecanismos, por via da prova, para despedir pessoal.
A Sr.ª Presidente (Teresa Caeiro): — Queira concluir, Sr.ª Deputada.
A Sr.ª Heloísa Apolónia (Os Verdes): — Chega, Sr.as
e Srs. Secretários de Estado, Sr.as
e Srs. Membros
do Governo! Chega! Chega de trapalhada, chega de incompetência! A única solução é, de facto, pôr este
Governo na rua. E nós esperamos que os professores contribuam para isso.
Aplausos de Os Verdes e do PCP.