5 DE DEZEMBRO DE 2013
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Mas é preciso, e bem, como o Srs. Deputados da oposição dizem, encurtar o prazo e fazer com que haja
condições para que as bolsas sejam atribuídas num menor prazo possível.
Quero dizer, com toda a frontalidade, que têm nesta bancada, nestes Deputados e em mim, especialmente,
alguém que nunca deixará de dizer que não é admissível que, num País como o nosso, alguém fique fora do
ensino superior por não ter condições financeiras para estudar.
Protestos do PCP.
Quanto a essa matéria, estamos todos de acordo. Não há ninguém que tenha o património deste debate.
Também nesta bancada fazemos essa exigência; agora, não fazemos é este debate com demagogia.
Finalmente, para responder a uma das questões que aqui foram levantadas, quero referir que há o
compromisso público do Sr. Ministro da Educação e da Ciência relativamente à alteração do Regulamento
para que se termine com essa injustiça que eu bastas vezes, lá fora e nesta Câmara, denunciei e que
apresentámos também uma pergunta ao Governo que tinha a ver com as dívidas fiscais do agregado familiar
do estudante. É uma matéria que considero de absoluta injustiça, e temos já o compromisso assumido
publicamente pelo Sr. Ministro da Educação e da Ciência para que se termine com essa injustiça.
Quanto ao mais, quero dizer que as vossas preocupações são as nossas preocupações. A diferença é que
há quem tenha que fazer com poucos recursos o muito que temos vindo a fazer.
Aplausos do PSD e do CDS-PP.
A Sr.ª Presidente (Teresa Caeiro): — Para uma intervenção, tem a palavra o Sr. Deputado Luís Fazenda.
O Sr. Luís Fazenda (BE): — Sr.ª Presidente: O Sr. Ministro da Educação, em sede de comissão, aceitou,
pelo menos do ponto de vista geral, não só essa iniciativa acerca das dívidas fiscais e contributivas dos pais
dos estudantes do ensino superior, a de que eles não deveriam ser penalizados, como a suspensão do
pagamento de propinas até à perceção da bolsa de ação social e um princípio geral de que teriam de ser
tomadas medidas para o regresso de estudantes ao ensino superior.
No geral e no particular, foram estas iniciativas que hoje aqui o Bloco de Esquerda trouxe quando agendou
este ponto e sobre as quais gostaria que os Srs. Deputados do CDS e do PSD tivessem dito mais qualquer
coisa em concreto. É porque estas foram as promessas do Sr. Ministro, foi uma abertura do Sr. Ministro, e nós
tentámos concretizá-las.
Na verdade, o que aqui nos disseram foi, mais coisa menos coisa, «lavamos as mãos, e depois logo se
verá…». Mas esta atitude responsabiliza a maioria.
Por outro lado, gostaria de recordar ao Sr. Deputado Michael Seufert, porque falou do seu partido enquanto
oposição, que o seu partido (e o próprio Sr. Deputado), em 2009, apresentou um projeto de lei para isentar do
pagamento de propinas pessoas que estivessem a receber subsídio de desemprego ou subsídio social de
desemprego.
Aliás, a Exposição de motivos dessa iniciativa é magnífica, porque diz: «No entender do CDS-PP, as
despesas que se façam com estudo e formação académica serão sempre vistas como um investimento e
nunca como um gasto. Por isso, devem ser tomadas medidas para que nenhum português deixe de estudar
por falta de recursos, como acontece hoje em dia, de modo muito gravoso.» Estávamos em 2009. Imagine-se
em 2013!…
Portanto, o CDS admitia, na oposição, um conjunto de situações em que havia isenção total do pagamento
de propinas. Mas, hoje não, admite!
Gostaria apenas de citar isto aos Srs. Deputados do CDS-PP para que não digam que o vosso partido é
totalmente coerente na oposição e no Governo, porque isso não se verifica.
Aplausos do BE.
A Sr.ª Presidente (Teresa Caeiro): — Para uma intervenção, tem a palavra a Sr.ª Deputada Rita Rato.