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I SÉRIE — NÚMERO 41

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O Sr. David Costa (PCP): — Exatamente!

A Sr.ª Rita Rato (PCP): — Veja a miséria que é este País! Os mais qualificados e os menos qualificados

são forçados a emigrar! Mas em que País é que vive, Sr.ª Deputada?!

Sr. Ministro, agora já veio dizer que afinal os números que invocou não eram os do Orçamento do Estado e

do financiamento público, mas eram da execução. Registamos! Porque o Orçamento do Estado confirma um

corte de 82 milhões de euros, que é indesmentível!

Sr. Ministro, sobre os 26 milhões de euros, em novembro, quando estivemos a discutir o Orçamento do

Estado, perguntámos à Sr.ª Secretária de Estado e ao Sr. Ministro o que ia acontecer e qual iria ser o futuro

dos bolseiros da FCT que não iam ter bolsas. Na altura, a Sr.ª Secretária de Estado respondeu que tinha um

concurso de investigador FCT, que também teve resultados desastrosos.

Portanto, o que está à vista é que a explicação que o Governo tem dado para os desastres e para o

desmantelamento que está a fazer é uma explicação que não serve o País.

O paradigma que querem apresentar pode servir as empresas privadas, que afunilam o investimento

público no que lhes interessa investir, mas não lhes interessa o desenvolvimento económico e social do País.

Por isso, o que fica muito claro é que, com este Governo, não há política de investigação e ciência no País,

como não há futuro para os milhares de investigadores que estão hoje confrontados com o desemprego e com

a emigração forçada. Só com outra política e com outro governo é que é possível alterar esta situação.

Esta política não é nova. A política da precariedade tem sido a política levada a cabo há décadas neste

País, que tem destratado aqueles que têm dado o melhor de si, que trabalham em regime de exclusividade,

que não têm direito a subsídio de desemprego, que não têm direito a apoio em situação de doença, que dão

aulas de borla nestas universidades. E o que é que o Governo diz? O Governo diz que esta gente está cá a

mais e tem de emigrar. Mas não está! Todos os trabalhadores, os investigadores, os técnicos e os doutorados

que estão neste País fazem cá falta. E fazem falta não para encher os bolsos e aumentar os lucros dos

multimilionários, mas para contribuir para o desenvolvimento económico e social do País.

Por isso é que propomos o ingresso na carreira, a valorização do trabalho científico, a contratação de

investigadores, de doutorados, de técnicos e de assistentes operacionais que garantam o funcionamento dos

laboratórios de Estado, das unidades e dos centros de investigação. Sem mão de obra respeitada e

qualificada não há sistema científico e tecnológico que garanta o desenvolvimento económico e social do País.

Aplausos do PCP.

O Sr. Presidente (Guilherme Silva): — Para uma intervenção, tem a palavra a Sr.ª Deputada Heloísa

Apolónia.

A Sr.ª Heloísa Apolónia (Os Verdes): — Sr. Presidente, Srs. Deputados: Quem tiver ouvido atentamente a

intervenção do Sr. Ministro concluirá mais ou menos uma coisa idêntica ao gráfico que mostrou, ou seja, que

nós estamos no paraíso no que diz respeito à ciência e à investigação neste País.

Mas saberá o Sr. Ministro que isto não corresponde à verdade e nem cola. Na verdade, Sr. Ministro, as

pessoas já estão habituadas a desconfiar grandemente do que o Governo diz e a ouvir mais a sociedade lá

fora, designadamente os protestos, absolutamente legítimos, dos bolseiros, que contestam justamente este

novo paradigma do Governo que os deixa completamente de fora e deixa muito coxa a investigação e a

ciência neste País.

Sr. Ministro, o que sabemos e em que poderão reparar no decurso deste debate é que o PSD tem pegado

em números relativos ao investimento, mas pega, por assim dizer, em «parcelazinhas». Nunca pega no bolo

global, porque não interessa! Mas o bolo global é fundamental!

O certo é que o Sr. Ministro tem razão quando diz «desde 2009». Mas depois não tem razão na conclusão

que retira, mais para o final, porque não lhe interessa. O certo é que nós sabemos e os bolseiros sabem que,

desde 2009, a queda, o corte e o desinvestimento na ciência e na investigação não têm parado.

O Sr. Duarte Filipe Marques (PSD): — Mostre!