25 DE JANEIRO DE 2014
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O Sr. Presidente (Guilherme Silva): — Para uma intervenção, tem a palavra a Sr.ª Deputada Mariana
Mortágua.
A Sr.ª Mariana Mortágua (BE): — Sr. Presidente, Sr.as
Deputadas e Srs. Deputados: Quanto a si, Sr.
Deputado Hélder Amaral, não sei, mas eu cumpro os limites de velocidade e garanto-lhe que não se chega a
Bragança em menos de cinco horas. É pouco menos do tempo necessário para chegar de carro a Madrid, e
não pensamos num mundo em que Madrid e Lisboa não tenham uma ligação aérea.
Ainda mais falamos de Bragança, que faz parte de uma região do nosso País que precisa de proximidade
relativamente à capital, que precisa de proximidade no que respeita ao interior, aliás, isso faz parte das
políticas de coesão, de desenvolvimento económico e de desenvolvimento social deste País.
Srs. Deputados e Sr.as
Deputadas, registamos o apoio a este nosso projeto de resolução, mas não
interpretem mal as palavras do diploma. O que se diz neste projeto de resolução não é que se faça quando
houver condições, é, sim, que se criem as condições para que se faça. Há uma grande diferença entre estas
duas formas de interpretar o que está escrito, e o que está escrito é isto: o Governo tem de criar as condições
para cumprir aquilo que prometeu! Que este projeto de resolução não sirva como mais uma desculpa para se
ir protelando a questão.
Já se percebeu que a Comissão Europeia não é desculpa para a ligação área Lisboa/Bragança/Vila Real
não ser retomada. Portanto, vamos encarar este projeto de resolução com seriedade; não vamos dizer que
queremos recomendar para ficarmos confortáveis caso essa ligação nunca venha a acontecer ou, mesmo,
com a hipótese de nunca vir a acontecer.
O projeto é claro: o Governo tem de cumprir as suas promessas e tem de criar condições, datas,
compromissos com estas populações para que seja reestabelecida a ligação aérea Lisboa/Vila Real/Bragança.
É uma condição essencial para o desenvolvimento económico e social deste País e é também uma condição
para respeitar as promessas e os compromissos assumidos com as populações.
Aplausos do BE.
O Sr. Presidente (Guilherme Silva): — Para uma intervenção, tem a palavra o Sr. Deputado Agostinho
Santa.
O Sr. Agostinho Santa (PS): — Sr. Presidente e Srs. Deputados: Não se aceitam mais mistificações nem
desfasamentos da realidade. O que aqui fica claro é que o Governo não fez o que devia ter sido feito,…
Vozes do PSD: — Não é verdade!
O Sr. Agostinho Santa (PS): — … quem continua a pagar são os transmontanos e uma região, Trás-os-
Montes e Alto Douro, continua a definhar.
Aplausos do PS.
O que é preciso é que sejam cumpridas regras. Estamos fartos de anúncios e de adiamento de anúncios.
Cumpram-se as regras!
O Sr. Luís Pedro Pimentel (PSD): — O melhor é não pagar!
O Sr. Agostinho Santa (PS): — Utilizem-se os mecanismos certos e legais! Utilize-se a via do concurso!
Esqueçam-se outras vias aparentemente mais fáceis mas que conduzem àquilo que fez o Governo, ou seja,
de anúncio a anúncio, chegamos hoje, uma vez mais, a um outro anúncio que não sabemos quando vai ser
cumprido.
É evidente que a Assembleia da República vai conseguir desfazer a mistificação e os equívocos que têm
existido. Em primeiro lugar, se há chumbos, se há posições da União Europeia, façam-nos chegar para que,
de uma vez por todas, se perceba quais são as regras que estão, e as que não estão, a ser cumpridas. A