I SÉRIE — NÚMERO 41
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O Sr. Hélder Amaral (CDS-PP): — De qualquer das maneiras, esta matéria, para nós, CDS, merece uma
ponderação sensata. O País deve um esforço para a coesão territorial e para contribuir para uma autoestrada
para Trás-os-Montes. Foi isso que sempre dissemos. Não na perspetiva do Partido Socialista, de que as
estradas se pagam a si próprias, de que as estradas dão lucro ao fim de cinco anos. Vejam-se as
consequências: tomáramos nós que algumas delas tivessem rentabilidade para pagarem, pelo menos, a
iluminação.
De qualquer modo, em relação à matéria aqui em causa, trata-se de dar a esta região uma ligação aérea e
de a conjugar com aquilo que são o direito comunitário e as regras comunitárias.
É preciso não esquecer que Vila Real, por exemplo, está pertíssimo do aeroporto do Porto e a própria
cidade de Bragança está também perto de um aeroporto no qual os contribuintes portugueses investiram
muito.
O Sr. Jorge Machado (PCP): — Está a brincar!
O Sr. Hélder Amaral (CDS-PP): — Esta questão levanta problemas de direito comunitário e da previsão
daquilo que era uma área considerada com necessidade de apoios do Estado e que é hoje uma região que,
por força do investimento feito, do esforço dos contribuintes e, obviamente, da ação de vários governos, está
mais perto, tem outras condições.
Ainda assim, entendemos que a matéria da ligação aérea merece ser trabalhada. E merece ser trabalhada
com autarcas, com empresários, com o Governo, com a União Europeia, no sentido de se encontrar um
modelo, que não pode ser o de apoio de ajudas de Estado. Há um conjunto de possibilidades, e o Orçamento
do Estado prevê verbas para resolver esse problema.
O Governo, e bem, prevendo uma resposta negativa da União Europeia, resolveu retirar o processo para
reavaliação. É isso que os projetos de resolução que hoje nos são aqui apresentados permitem: uma
reavaliação.
Por isso, votaremos favoravelmente o projeto de resolução do Bloco de Esquerda, porque o mesmo
permite essa nova reapreciação, essa nova visão, respeitando o equilíbrio das contas públicas com
razoabilidade mas, ainda assim, respeitando a coesão territorial e as dificuldades de uma região que está mais
distante de Lisboa; não tão distante como no passado, mas ainda assim mais distante.
Desta forma, entendemos que este assunto merecerá, seguramente, do Governo uma análise, merece da
bancada do CDS toda a atenção e, havendo condições de equilíbrio, com sensatez, com respeito pelas contas
públicas e pelos contribuintes, obviamente que Vila Real e Bragança merecem ter uma ligação aérea, porque
é boa para aproximar as empresas, para aproximar as pessoas, para aproximar quer Lisboa de Bragança quer
Bragança de Lisboa, e este é um princípio com o qual estamos de acordo.
Aplausos do CDS-PP e do PSD.
O Sr. Presidente (Guilherme Silva): — Para uma intervenção, tem a palavra o Sr. Secretário de Estado das
Infraestruturas, Transportes e Comunicações.
O Sr. Secretário de Estado das Infraestruturas, Transportes e Comunicações (Sérgio Monteiro): — Sr.
Presidente, Sr.as
e Srs. Deputados: Começava por referir-me à observação feita pelo Sr. Deputado José Luís
Ferreira, que acusou ser mentira aquilo que o Sr. Primeiro-Ministro disse este fim de semana, o qual, aliás,
citou.
Vou repetir o que foi dito para perceber onde está a mentira. Ora, o Sr. Primeiro-Ministro disse que está em
fase final a negociação, com a Comissão Europeia, das novas regras de auxílio de Estado na mobilidade.
Compreendo que o Sr. Deputado não saiba que está em fase final de negociação porque não participou nessa
discussão pública. Podia tê-lo feito individualmente, através do seu partido, através dos representantes da
coligação que tem no Parlamento Europeu ou através das organizações internacionais em que participa, mas
decidiu não participar no debate público.