6 DE FEVEREIRO DE 2014
51
Com alguns meses em andamento, hoje é uma evidência que esta reforma, ao contrário do que tem sido
dito, não encerra nenhum dos serviços de urgência na Grande Lisboa.
Pelo contrário, ao invés do que acontecia anteriormente, durante o período noturno as especialidades com
menor afluência passam a estar 24 horas disponíveis num hospital central e de referência. Garante-se ainda a
normal atividade destas especialidades no dia a dia das enfermarias e das consultas, nem sempre possível no
modelo anterior, porque tinham estado de prevenção.
Mais, o acesso dos doentes a estas especialidades, que anteriormente era feito de forma muito pouco
transparente e muito pouco funcional, passa a ser feito de acordo com regras muito claras.
Por tudo isto, nesta fase, Sr.as
e Srs. Deputados, importa monitorizar e avaliar, em tempo real, a reforma
agora em curso.
Por isso mesmo, tive o cuidado de ver como é que os serviços de urgência responderam, ainda esta
semana, na Grande Lisboa. E a verdade é que, de modo geral, todos os hospitais responderam dentro dos
tempos médios de espera, previstos para a triagem de Manchester.
Sr.as
e Srs. Deputados, claro que há sempre margem para melhorar.
E é evidente que devemos exigir mais e melhores avaliações, particularmente sobre o impacto das
reformas nos ganhos em saúde.
O que não é aceitável é que a oposição se mantenha numa negação cega sobre a realidade, não
participando nas decisões que objetivamente temos de tomar.
Apelo, mais uma vez, a toda a oposição para que se junte ao esforço desta maioria para, juntos,
construirmos um futuro sustentável e em qualidade no Serviço Nacional de Saúde, a bem dos nossos doentes.
Aplausos do PSD e do CDS-PP.
O Sr. Presidente (António Filipe): — Para uma intervenção, tem a palavra a Sr.ª Deputada Isabel Galriça
Neto.
A Sr.ª Isabel Galriça Neto (CDS-PP): — Sr. Presidente, Sr.as
e Srs. Deputados: Falamos, como já se
disse, da reorganização da Urgência Metropolitana de Lisboa no período noturno — repito, noturno (e já lá
iremos).
Gostava de começar por saudar o reconhecimento da necessidade de reorganizar porque, efetivamente,
fazermos todo este discurso para nada mudar e tudo ficar na mesma, com consequências nefastas,
nomeadamente ao nível da despesa para os cidadãos e dos encargos com a saúde, penso que é algo que
nenhum de nós deseja.
Portanto, saudamos o reconhecimento da necessidade de reorganizar, sendo este um processo que, ao
contrário do que foi dito, é longo, amadurecido e que se iniciou há um ano; um processo que segue linhas que
já foram adotadas na ARS Norte para a mudança no Porto. Devo dizer que estranhamos não termos ouvido,
por parte, por exemplo, do Partido Socialista, qualquer tipo de crítica aos procedimentos que o anterior
Governo encetou, com resultados que saudamos, e que foram agora, e bem, adotados na zona de Lisboa.
Portanto, ao contrário do que foi dito, este não é um processo unilateral, é um processo partilhado, um
processo que tem envolvido as direções clínicas e os profissionais. Melhor do que qualquer estudo, é termos
os profissionais de saúde no terreno, que, através da comissão coordenadora das especialidades, se
pronunciaram sobre esta matéria.
Protestos da Deputada do PCP Carla Cruz.
Sr.ª Deputada, agradecia que criasse condições para que eu pudesse prosseguir.
Queria também relembrar que os utentes foram informados e devidamente esclarecidos. E, ao contrário do
que aqui foi dito — o que não abona a favor da credibilidade de quem o profere —, a informação tem sido
partilhada e está disponível no Portal da Saúde. Portanto, não há nada a ocultar, não há nem processos
cegos, nem processo menos transparentes.
O Sr. Bruno Dias (PCP): — Se pensassem assim, não faziam o que fazem!