I SÉRIE — NÚMERO 45
50
O Sr. Presidente (António Filipe): — Para uma intervenção, tem a palavra o Sr. Deputado Ricardo Baptista
Leite.
O Sr. Ricardo Baptista Leite (PSD): — Sr. Presidente, Sr.as
e Srs. Deputados: O PCP e o Bloco de
Esquerda apresentam hoje projetos de resolução sobre a reorganização dos serviços de urgência da Área
Metropolitana de Lisboa.
Tendo eu próprio passado tantas noites a trabalhar no Serviço de Urgência do Hospital São Francisco
Xavier, é virtualmente impossível dissociar a minha análise da reforma em curso desta minha experiência
pessoal.
Com sinceridade, esperava que os partidos da esquerda pudessem destacar o papel dos profissionais de
saúde que asseguram que os serviços de urgência funcionem 24 sobre 24 horas, 7 dias por semana, 365 dias
neste país. Mas não o fizeram!
Protestos do PCP e do BE.
Esperava eu que os partidos da esquerda louvassem o trabalho de jovens médicos internos que, tantas
vezes, asseguram o funcionamento dos serviços de urgência. Mas não o fizeram!
Protestos do PCP e do BE.
Pensei mesmo que o PCP e o Bloco de Esquerda pudessem aproveitar esta oportunidade para destacarem
a forma como, finalmente, houve coragem para assumir que não fazia sentido estarem tantos médicos
especialistas de prevenção não presencial — não presentes durante os períodos noturnos —, podendo
centralizar a sua atuação em centros de excelência e de resposta rápida, estando lá presentes. Mas não o
fizeram!
Aplausos do PSD e do CDS-PP.
Protestos do PCP e do BE.
Pelo contrário, Srs. Deputados, o que os partidos de esquerda fazem hoje, através destes projetos de
resolução, é pedir para nada se fazer. Pedem-nos para deixarmos tudo na mesma.
Protestos do PCP e do BE.
Aliás, sabem os Srs. Deputados que há um ditado parlamentar que diz: «Quem nada quer mudar, manda
fazer um estudo.» Foi exatamente isso que os Deputados do PCP e do Bloco de Esquerda nos pediram para
fazer. Mas, para isso, não contam connosco!
Vozes do PSD: — Muito bem!
Protestos do PCP e do BE.
O Sr. Ricardo Baptista Leite (PSD): — O Governo já passou, há muito, a fase da discussão que envolveu
as direções clínicas dos hospitais, tendo sido encontradas soluções entre pares — entre aqueles que estão,
realmente, no terreno.
Os resultados desse debate são do domínio público, Srs. Deputados, ao contrário do que foi aqui dito pelo
Sr. Deputado do Partido Socialista. E o relatório que sustenta as decisões tomadas é público, foi feito com
«prata da casa» da ARS (Administração Regional de Saúde) e está publicado no Portal da Saúde,on-line.
Na realidade, a reforma em curso resolve e antecipa problemas concretos, garantindo simultaneamente
uma gestão mais responsável dos recursos disponíveis.