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I SÉRIE — NÚMERO 45

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A Sr.ª Helena Pinto (BE): — Não, Sr. Deputado, está completamente errado! Peço desculpa, mas o senhor

tem de ver as urgências no contexto dos cuidados de saúde na Área Metropolitana e de todas as valências. Aí

é que está o erro do Governo! E o erro do Governo, somado aos cortes nos orçamentos, está a dar esta

desgraça nos serviços de urgência, que os senhores se recusam a ver, como está agora absolutamente

provado pelas suas palavras, Sr. Deputado.

Não pode ser, Sr. Deputado, tem de se pôr um travão nisto, e o travão é suspender-se. Vamos pensar, mas

vamos pensar como deve ser, não é encomendando estudos a empresas, que elaboram os estudos em 15

dias e pelos quais se pagam 90 000 €…

O Sr. Ricardo Baptista Leite (PSD): — O que é que isso tem a ver com as urgências?

A Sr.ª Helena Pinto (BE): — Tem a ver! Tudo tem a ver, Sr. Deputado.

O Sr. Presidente (António Filipe): — Sr.ª Deputada, queira concluir.

A Sr.ª Helena Pinto (BE): — Concluo já, Sr. Presidente.

O problema é que tudo tem a ver, tudo está ligado, e que os senhores tudo fazem para destruir o Serviço

Nacional de Saúde.

O Sr. Ricardo Baptista Leite (PSD): — Os senhores misturam tudo para não dizer nada!

A Sr.ª Helena Pinto (BE): — Mas não vai ser assim, Sr. Deputado. O Serviço Nacional de Saúde é uma

conquista maior do que tudo isso; será defendido e vai sobreviver, quer o PSD queira, quer não queira.

Aplausos do BE.

O Sr. Presidente (António Filipe): — Para uma segunda intervenção, tem a palavra a Sr.ª Deputada Paula

Santos.

A Sr.ª Paula Santos (PCP): — Sr. Presidente, Srs. Deputados: Para defender o Governo, o Sr. Deputado

Ricardo Baptista Leite ofende os utentes, os doentes. Esta é a realidade e foi isto que ouvimos neste debate.

Na sua intervenção, Sr. Deputado, não houve uma palavra sobre aquilo que os doentes estão hoje a

passar e sobre as suas dificuldades acrescidas em aceder aos cuidados de saúde.

O Sr. João Oliveira (PCP): — Exatamente!

A Sr.ª Paula Santos (PCP): — Vou dar alguns exemplos. Numa visita ao Hospital Garcia da Orta, o

Conselho Distrital de Setúbal da Ordem dos Médicos constatou que a ausência prolongada de muitas

especialidades durante a noite, com necessidade de transferência dos doentes para Lisboa sem que a

necessária resposta de ambulâncias esteja à altura dos pedidos, torna os serviços ainda mais caóticos e com

dificuldades acrescidas, o que nem doentes nem familiares conseguem entender.

O Sr. João Oliveira (PCP): — Está a ver?

A Sr.ª Paula Santos (PCP): — Mais grave ainda era a situação dos doentes de foro psiquiátrico no hospital

de Setúbal, que quando davam entrada sexta-feira após as 21 horas ficavam sem atendimento especializado

até segunda-feira, não iam para Lisboa.

O Sr. Ricardo Baptista Leite (PSD): — E em 2009 e 2010? Não seja demagógica!

A Sr.ª Paula Santos (PCP): — É esta a solução que os Srs. Deputados aqui trouxeram!