O texto apresentado é obtido de forma automática, não levando em conta elementos gráficos e podendo conter erros. Se encontrar algum erro, por favor informe os serviços através da página de contactos.
Não foi possivel carregar a página pretendida. Reportar Erro

14 DE FEVEREIRO DE 2014

5

A Sr.ª Presidente: — Srs. Deputados, a Mesa regista a inscrição dos Srs. Deputados António Filipe, Carlos

Zorrinho, Pedro Filipe Soares, Nuno Magalhães e Heloísa Apolónia, para formularem pedidos de

esclarecimento ao Sr. Deputado António Rodrigues, e tem já a informação de que o Sr. Deputado responderá,

conjuntamente, a três e, depois, a dois pedidos de esclarecimento.

Assim sendo, tem a palavra, em primeiro lugar, o Sr. Deputado António Filipe.

O Sr. António Filipe (PCP): — Sr.ª Presidente, Sr. Deputado António Rodrigues, houve um elemento

revelador na sua intervenção, quando…

O Sr. Hugo Lopes Soares (PSD): — Só um?!

O Sr. António Filipe (PCP): — Este é particularmente revelador, como verão!

Esse elemento revelador manifestou-se, quando o Sr. Deputado recusou a ideia de fazer qualquer leitura

nacional das eleições europeias. É muito revelador do que vos atormenta,…

Risos do PSD.

O Sr. Hugo Lopes Soares (PSD): — Nada nos atormenta! O tormento não está aqui!

O Sr. António Filipe (PCP): — … ou seja, os senhores têm o justo receio de que os portugueses utilizem

as eleições europeias, como é seu direito, para mostrar nas urnas aquilo que pensam da política do Governo

desta coligação PSD/CDS-PP, que, aliás, se apresenta como tal às eleições europeias.

Aplausos do PCP e de Os Verdes.

Portanto, nestas eleições europeias, o Governo vai ser julgado nas urnas pelos portugueses e os senhores

sabem que os portugueses sabem disso. Daí a sua insistência em não haver uma leitura nacional e em

apresentar aqui, na tribuna, uma preocupação com a abstenção e uma visão idílica da Europa e da União

Europeia. Esta sua visão faz lembrar, um pouco, uma visão efetivamente idílica da Europa que vem de

grandes pensadores, como Vítor Hugo, que acreditavam num continente europeu fraterno, em que os vários

países convivessem em cooperação, em paz.

Mas, Sr. Deputado, o Sr. Deputado acha que a União Europeia que temos hoje é isso? O Sr. Deputado não

acha que a tendência para a abstenção de muitos cidadãos — preocupação que, aliás, ali manifestou —, para

o crescimento de forças políticas xenófobas, racistas, de extrema-direita, na Europa, assenta, em grande

medida, no incumprimento de compromissos assumidos perante os eleitores por parte dos governos e dos

partidos dominantes nos países da União Europeia?!

O Sr. João Oliveira (PCP): — Bem lembrado!

O Sr. António Filipe (PCP): — O Sr. Deputado não acha que a situação de crise para que muitos países

europeus têm sido arrastados, incluindo o nosso, incluindo, de forma dramática, os países que estão sob

resgate ou intervenção externa, a mando da troica ou daquilo que lhe quiserem chamar,…

A Sr.ª Presidente: — Queira terminar, Sr. Deputado.

O Sr. António Filipe (PCP): — Termino, de imediato, Sr.ª Presidente.

Como estava a dizer, o Sr. Deputado não considera que a forma como estes países têm sido arrastados

para a crise pelos governos que têm tido — e têm sido, todos eles, dominados pelos partidos dominantes na

União Europeia, ou seja, os partidos socialistas e sociais-democratas, os partidos que integram o Partido

Popular Europeu, onde o PSD e o CDS se integram — tem pesadíssimas responsabilidades no descrédito e

no descontentamento que grassa por essa Europa fora?