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14 DE FEVEREIRO DE 2014

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… pois a Europa não é apenas e só isso. Quando foi preciso também soubemos pedir dinheiro emprestado

à Europa, mas não queremos que a Europa seja apenas isso. Queremos que a Europa seja o tal mundo de

oportunidades que referi. E tem-no sido para jovens, para menos jovens, para gente que quer trabalhar, para

gente que quer aprender, tanto dos outros países para cá como de cá para os outros países.

É esse o nosso conceito da Europa, mas acima de tudo somos positivos e o que queremos é discutir coisas

positivas. Até hoje, que me recorde, as únicas propostas que o Bloco de Esquerda apresentou na Legislatura

relativamente à Europa foram sempre contra!

O Sr. Pedro Filipe Soares (BE): — Um referendo ao Tratado Orçamental?! Um referendo para ouvir as

pessoas numa democracia?!

O Sr. António Rodrigues (PSD): — Contra o Tratado Orçamental, contra um referendo a favor do Tratado

Orçamental. Não foi capaz de ser positivo em relação a nada, porque não o é! O Bloco de Esquerda não sabe

ser positivo nem construtivo relativamente a nada. Nós somos, seremos e continuaremos a sê-lo, e ficamos à

espera que as vossas propostas, um dia, apareçam.

Aplausos do PSD.

A Sr.ª Presidente: — Sr. Deputado António Rodrigues, terá ainda dois pedidos de esclarecimento, sendo o

primeiro do Sr. Deputado Nuno Magalhães, a quem dou a palavra.

O Sr. Nuno Magalhães (CDS-PP): — Sr.ª Presidente, Sr. Deputado António Rodrigues, fez aqui uma

intervenção sobre a Europa, sobre a forma de construirmos e mantermos esse projeto comum que é a União

Europa, e, se possível, reforçá-lo.

Apesar de todas as dificuldades e de todas as crises, o projeto europeu é uma história de sucesso, pois foi

o que garantiu o maior período de paz e de prosperidade no continente europeu, outrora um continente

sempre em guerra, onde se registaram milhões de mortos. Portanto, nas dificuldades, na crise, que não

esquecemos, o projeto europeu é sem dúvida um projeto de sucesso.

O Sr. Deputado fez uma intervenção sobre um tema importante, isto é, sobre a Europa, sobre como

construir e reforçar a Europa, sobre como combater o afastamento dos cidadãos da União Europeia, sobre a

necessidade de a Europa refletir sobre si própria e sobre os seus mecanismos de decisão, para permitir essa

aproximação.

O Sr. Deputado sublinhou, e bem, que apesar de tudo é um passo o facto de haver uma eleição quase

direta do Presidente da Comissão Europeia e de se reforçar os órgãos.

O Sr. Deputado falou de temas importantes como o combate à abstenção e às derivas populistas de

extrema-direita ou de extrema-esquerda a que vamos assistindo na Europa e que podem pôr em causa

valores como a liberdade e a democracia, nomeadamente a liberdade de imprensa, valores que, estou em

crer, são comuns a toda esta Casa.

Sr. Deputado, depois de ter falado de tudo isto, sobre que assunto é que a oposição falou e lhe formulou

perguntas? Sobre as eleições! O Sr. Deputado não estranha que, relativamente a tudo o que acabei referir, a

oposição nada tenha a dizer em alternativa?!

Sr. Deputado, se calhar, atrevo-me a dar uma resposta: o problema é que a oposição, partindo da bancada

do Partido Socialista até à bancada Bloco de Esquerda, desde junho de 2011 só pensa em eleições, não

pensa em apresentar projetos alternativos quer para Portugal quer para a União Europeia. Portanto, fale-se do

que se falar, diga-se o que se disser, só referem eleições, eleições, eleições!

Sr. Deputado, devo dizer-lhe que nós, CDS, estamos, evidentemente, preocupados com esses populismos

de extrema-esquerda e de extrema-direita que se verificam na União. Importa combatê-los, não com mais

populismo mas com mais responsabilidade. Essa é uma matéria em que gostaria que pudéssemos ter, pelo

menos, a companhia do Partido Socialista, um partido do arco europeu, que sempre foi, honrando a sua

história, com essa mesma responsabilidade de combater populismos não com populismo mas, sim, com

responsabilidade.