20 DE FEVEREIRO DE 2014
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O Sr. Artur Rêgo (CDS-PP): — Exatamente!
O Sr. Raúl de Almeida (CDS-PP): — …e, como questão de cidadania, insistiremos sempre em discuti-la
até ao fim, a bem do interesse das populações, a bem do cumprimento dos direitos das populações, a bem da
valorização, que queremos e que é urgente, do Centro Hospitalar do Baixo Vouga.
Aplausos do CDS-PP.
O Sr. Presidente (António Filipe): — Ainda para uma intervenção, tem a palavra a Sr.ª Deputada Maria
Paula Cardoso.
A Sr.ª Maria Paula Cardoso (PSD): — Sr. Presidente, Srs. Deputados: Quero, desde já, aproveitar para
saudar todos os aguedenses que se encontram hoje nas galerias, o que faço cumprimentando todos na
pessoa do Sr. Presidente da Câmara.
Sr.as
e Srs. Deputados: Discute-se hoje uma petição apresentada pelo município de Águeda e vários
projetos de resolução que recomendam ao Governo a manutenção do Hospital Distrital de Águeda.
Quando se criou o Centro Hospitalar do Baixo Vouga, ainda no tempo do anterior Governo do Partido
Socialista, foi transmitido aos municípios — Aveiro, Águeda e Estarreja — que a fusão assentava numa lógica
tripolar, que garantiria a sustentabilidade do Serviço Nacional de Saúde mas visaria, também e sobretudo,
uma maior qualidade e segurança dos cuidados prestados, o que se obteria com a integração de serviços e
mediante a complementaridade e a racionalização dos recursos.
Esta fusão até foi aceite pelos municípios em causa, porque se entendeu que um centro hospitalar não
seria uma mera soma de hospitais e, assim, as três unidades iriam atuar de forma complementar e sinérgica,
potenciando centros de elevada qualidade técnica em diversas especialidades.
Porém, o que se tem vindo a verificar é uma aposta na centralidade de serviços no Hospital de Aveiro,
centralidade que não faz sentido, porque não tem recursos técnicos nem humanos para dar resposta eficaz a
este acréscimo de procura. Não faz sentido nem se entendem estas decisões, porque, desta reestruturação,
pelo menos por agora, não se conhecem nem melhorias financeiras, nem melhorias nos serviços prestados. A
coberto desta centralidade, foram-se encerrando e esvaziando serviços quer em Águeda, quer em Estarreja.
A petição do município aguedense tem o propósito, que é de todos nós, de apelo à defesa e manutenção
dos serviços do Centro Hospitalar do Baixo Vouga, nomeadamente dos serviços do Hospital de Águeda.
Quanto aos projetos de resolução de Os Verdes e do PCP, bem como do Bloco de Esquerda, há, de facto,
pontos e questões com os quais concordamos, mas algumas considerações de ordem política e
marcadamente partidária irão fazer-nos, com certeza, ponderar e desenvolver alguma reflexão sobre o
assunto.
Mas importa ressaltar ainda os seguintes factos: o plano estratégico do Centro Hospitalar do Baixo Vouga
tem sido uma espécie de tabu. A administração do Centro Hospitalar diz que há um plano, a ARS diz que não
há um plano e que o mesmo se encontra em elaboração. É, de facto, lamentável esta atitude errática,
contraditória e obscura à volta do plano que está a ser gizado.
Foram atitudes como essa que criaram um clima de incerteza e de desconfiança nas populações, porque,
de facto, desconhece-se qual será o desenho final que o Hospital de Águeda terá após a implementação de
todas as medidas do misterioso plano, mas, na prática, aquilo a que se assiste é, de facto, ao esvaziamento
do Hospital, situação que é mais gritante nas questões da urgência básica.
O que é inegável é que o Hospital de Aveiro não tem condições para ser polo centralizador de serviços. As
queixas e as inúmeras páginas de imprensa têm demonstrado isso, mas bastaria ir a Águeda, a Aveiro e a
Estarreja e ver com os próprios olhos. É que, se as distâncias entre as três unidades parecem, e são, curtas e,
portanto, facilitadoras da implementação de complementaridades, não podem, de todo, promover a
centralidade em Aveiro, porque, Sr.as
e Srs. Deputados, Águeda não fica a 20 km de Aveiro, Águeda fica a 40
minutos do Hospital de Aveiro.
Espera-se que a discussão deste assunto, tão querido e tão caro para uma população como a de Águeda,
que tinha um hospital de referência nacional, quer a nível financeiro, quer quanto à excelência de algumas
especialidades clínicas, como era o caso da ortopedia, contribua para que se recentre a discussão do plano