28 DE FEVEREIRO DE 2014
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O Sr. Deputado falou da dívida e do regresso aos mercados como se fosse uma grande conquista
voltarmos à roleta da especulação. Mas, mesmo assim, não refere o facto de a dívida ter aumentado em
termos absolutos e em termos proporcionais do PIB nos últimos anos e de os senhores estarem a hipotecar o
futuro do País, coisa que diziam que não iam fazer, com emissões de dívida a juros impagáveis.
Falou também de reindustrialização, sem querer assumir qualquer responsabilidade pelo encerramento de
milhares de empresas no nosso País, nomeadamente no sector da indústria, algumas das quais com ação
direta do Governo, como é o caso dos Estaleiros Navais de Viana do Castelo.
Falou ainda do combate à dependência do País, mas não disse uma palavra sobre privatizações,
processos que os senhores têm utilizado para entregar ao capital estrangeiro empresas fundamentais para o
desenvolvimento do nosso País.
Portanto, os senhores não querem assumir responsabilidade rigorosamente nenhuma por estarem a
arrastar o País para o buraco para o que o estão a arrastar! Mas, ainda assim, não se coíbem de utilizar o
discurso das ilusões pré-eleitorais, algumas até muito difíceis de compreender, como a de que a economia
está melhor, mas a vida das pessoas não está! Há de explicar, Sr. Deputado Matos Rosa, que conceito é esse
de economia que os senhores têm nas vossas cabeças em que a economia não está ao serviço das pessoas!
Sr. Deputado, se a vida das pessoas está pior é porque a economia nacional está pior!
Sr. Deputado, gostava de lhe colocar uma questão relativamente às perspetivas de futuro que os senhores
quiseram dar ao País no vosso Congresso. É que, em relação às perspetivas de futuro para o País, Sr.
Deputado, o que saiu do Congresso do PSD é preocupante.
Os senhores não tiveram uma palavra sobre a devolução dos salários, a devolução das pensões, a
devolução do emprego que foi destruído, a devolução dos subsídios de desemprego aos desempregados, a
devolução dos transportes e das consultas aos doentes, a devolução das freguesias às populações! Não
tiveram uma palavra quanto à necessidade de devolver as bolsas de ação social escolar aos estudantes que
são impedidos de estudar por não terem recursos económicos! Não houve uma palavra sobre isso!
Sr. Deputado Matos Rosa, parece que a única perspetiva para o futuro, a única coisa que os senhores
tiveram para devolver ao País neste Congresso do PSD foi Miguel Relvas, de resto recuperando um dos
principais protagonistas deste Governo de muito má memória. E não é de má memória por questões
académicas, é um protagonista de má memória pelo compromisso e pelo papel destacado que assumiu nesta
política que arruína o País, que rouba os trabalhadores e o povo, que tem afundado o nosso País, a nossa
economia e que tem hipotecado o futuro.
A Sr.ª Presidente: — Queira terminar, Sr. Deputado.
O Sr. João Oliveira (PCP): — Vou terminar, Sr.ª Presidente.
Sobre isso, Sr. Deputado Matos Rosa, gostava que nos pudesse responder pelo menos a esta questão: do
Congresso do PSD saiu a perspetiva de devolverem alguma das coisas que foram roubadas aos portugueses
nos últimos anos ou sobre isso continuamos na mesma?
Aplausos do PCP.
A Sr.ª Presidente: — Tem a palavra, para responder, o Sr. Deputado Matos Rosa.
O Sr. José de Matos Rosa (PSD): — Sr.ª Presidente, começo por agradecer os cumprimentos, as
felicitações e as questões dos Srs. Deputados Ana Catarina Mendonça, Cecília Honório, Filipe Lobo d´Ávila,
José Luís Ferreira e João Oliveira.
A realidade é que o PSD fez um grande Congresso, onde se discutiram muitos temas, temas essenciais
para o País, como o da União Europeia, Portugal e o futuro, e onde foram discutidas e apresentadas moções
dos mais diversos tipos.
Não somos um partido fechado, somos um partido aberto, no qual tudo se discute com clareza,
transparência, frontalidade e com a porta aberta.
Aplausos do PSD.