21 DE MARÇO DE 2014
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beneficiários será utilizado para o financiamento de outra atividade ou entidade que não sejam a ADSE, a
ADM ou o SAD.
Por outro lado, a proposta de lei dá seguimento aos compromissos assumidos com os nossos parceiros
internacionais. Numa altura em que damos os passos finais para a conclusão do programa de ajustamento
económico, em maio próximo, a manutenção da credibilidade e dos resultados alcançados com o esforço de
todos os portugueses é essencial.
Embora enfrentemos desafios significativos e riscos orçamentais não desprezíveis, existem sinais claros e
consistentes de melhoria da situação económica do País. As perspetivas atuais permitem-nos, efetivamente,
ter mais esperança e, ao mesmo tempo, são também um reflexo do ajustamento já empreendido, servindo
como força motivadora para o ajustamento que ainda é necessário concretizar para alcançarmos um
crescimento sustentado e, sobretudo, mais inclusivo.
A aprovação desta medida legislativa é mais um passo nesse caminho, mas é um passo imprescindível.
Aplausos do PSD e do CDS-PP.
A Sr.ª Presidente: — Inscreveram-se, para formular perguntas à Sr.ª Ministra, os Srs. Deputados António
Gameiro, do PS, Conceição Bessa Ruão, do PSD, Mariana Aiveca, do Bloco de Esquerda, José Luís Ferreira,
de Os Verdes, João Oliveira, do PCP, Artur Rêgo, do CDS-PP, e Jorge Machado, do PCP. Por sua vez, o
Governo informou a Mesa que pretende responder agrupando as quatro primeiras perguntas e, depois, as
restantes três.
Para formular perguntas, tem a palavra o Sr. Deputado António Gameiro, do PS.
O Sr. António Gameiro (PS): — Sr.ª Presidente, Sr.ª Ministra, é, de facto, notável que V. Ex.ª venha a esta
Câmara depois do veto do Sr. Presidente da República ao diploma em apreciação e não tenha tido tempo para
sublinhar ou para se referir a esse assunto.
Do ponto de vista político, os portugueses estão esclarecidos: o Sr. Presidente da República, pela primeira
vez, veta politicamente um diploma do Governo e este faz orelhas moucas, tenta que passe despercebido da
opinião pública portuguesa um assunto com a gravidade política que este tem.
Aplausos do PS.
Sr.ª Ministra, o Governo, nos últimos tempos, tem solicitado ao PS que possa fazer consenso sobre
matérias estruturantes. No momento em que o exige, em que o Primeiro-Ministro chama o líder da oposição
para lhe propor uma mão-cheia de nada, V. Ex.ª e o Governo trazem a esta Câmara uma proposta de lei que
demonstra bem que o consenso que querem é completamente virtual, porque se quisessem um consenso
queriam-no com a sociedade portuguesa e com o mais alto dignatário da nossa sociedade, que é o Sr.
Presidente da República, Presidente de todos os portugueses.
VV. Ex.as
, verdadeiramente, não querem consenso nenhum. Como pode o Governo exigir consenso
quando o Presidente da República veta politicamente a proposta que o Governo aprovou e este hoje traz aqui
uma iniciativa que faz orelhas moucas daquilo que a sociedade lá fora diz e que o Sr. Presidente da República
muito bem sublinhou no seu veto político?
Relativamente a esta proposta de lei, só podemos dizer que a mesma divide os portugueses e terá o voto
contra do PS; não terá a anuência do PS porque o mais alto magistrado da Nação deu bem o exemplo a
Portugal…
Protestos do PSD.
… e chumbo-a, como sempre dissemos. Aliás, já no Orçamento retificativo o tínhamos dito e aquando do
aumento de 1,5% para 2,5% o tínhamos sublinhado nesta Câmara.
Sr.ª Ministra, o Presidente da República, como todos os partidos da oposição, sublinhou aquilo que hoje é
patente aos olhos dos portugueses: não existe razão nenhuma para esta proposta ser aprovada no