28 DE MARÇO DE 2014
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Sendo assim, o PS disponibiliza-se para esse debate na especialidade, que espero ser possível, com o
apoio do PSD e do CDS.
Aplausos do PS.
A Sr.ª Presidente: — A próxima intervenção é do PSD.
Tem a palavra o Sr. Deputado Ulisses Pereira.
O Sr. Ulisses Pereira (PSD): — Sr.ª Presidente, Srs. Deputados: Como nota introdutória para enquadrar
este debate, refiro que estas iniciativas vêm totalmente a reboque do Governo.
Risos do PCP.
É verdade! É verdade!
O alargamento das condições que permitam acionar o Fundo de Compensação Salarial dos Profissionais
da Pesca já foi anunciado pelo Governo, e aprovado hoje mesmo em Conselho de Ministros — mas não
curiosamente, porque estes processos relativos demoram semanas! —, sendo do conhecimento de todo o
setor, desta Câmara e, particularmente, do Partido Comunista Português e também do Bloco de Esquerda.
A necessidade de revisão do Fundo de Compensação Salarial é uma realidade e o Governo iniciou este
processo…
O Sr. João Oliveira (PCP): — Quando? Diga quando!
O Sr. Ulisses Pereira (PSD): — … com os contributos dos setores, em particular daqueles que estão
presentes no Conselho Administrativo do Fundo, seja organizações sindicais como a CGTP, seja a dos
armadores.
Estando o processo em fase final, estranha-se que o Partido Comunista, bem informado como está
relativamente a este processo e sabendo de todo este decurso de revisão, tenha apresentado esta iniciativa,
que não é mais do que um mero aproveitamento político. Uma iniciativa desadequada e extemporânea.
O Sr. João Oliveira (PCP): — Desde dezembro que anunciámos esta iniciativa!
O Sr. Ulisses Pereira (PSD): — Acresce que as propostas apresentadas pelo PCP são apenas alterações
pontuais e avulsas, sem um enquadramento legislativo e financeiro adequado de que o Fundo necessita para
que se torne num estabilizador do setor das pescas e num instrumento eficaz que reduza a aleatoriedade e
irregularidade dos rendimentos dos profissionais da pesca.
Vozes do PSD: — Muito bem!
O Sr. João Oliveira (PCP): — Quando não querem resolver, arranjam todos os estratagemas!
O Sr. Ulisses Pereira (PSD): — Assim, o Governo, nas alterações que aprovou, vai mais longe do que foi
proposto aqui. Desde logo, na questão das condições meteorológicas, que constituem o fundamento da
atribuição da compensação salarial. Enquanto o PCP, por exemplo, mantém a «catástrofe natural e
imprevisível» como fundamento da atribuição da compensação salarial, o Governo alarga esta definição para
«condições adversas» — meramente condições adversas — que originem falta de segurança na barra ou no
mar. Este facto permitirá que passe a ser possível acionar a compensação financeira aos pescadores em
muitas situações até agora excluídas.
Por outro lado, é reduzido — de cinco para três os dias consecutivos ou de 10 para sete quando
interpolados — o período de paragem da faina para o início do pagamento.
É igualmente criada a possibilidade do aumento do período máximo de concessão da compensação
salarial de 60 para 90 dias e é feita uma melhor caraterização dos requisitos que integram o âmbito material do