28 DE MARÇO DE 2014
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pena lembrar que há um conjunto de matérias sobre as pescas que o Governo tem para resolver e não
resolve; há resoluções desta Assembleia da República, algumas com mais de um ano e meio, aprovadas por
unanimidade, que o Governo tem para resolver e não resolve.
Por isso, ainda bem que apresentámos o projeto, pois, assim, o Governo apressou-se a apontar uma
solução, que, aliás, não conhecemos. Resta agora saber qual vai ser o conteúdo dessa resolução para
percebermos se é boa ou não para as pescas.
O Sr. Presidente (Ferro Rodrigues): — Peço-lhe que conclua, Sr. Deputado.
O Sr. João Ramos (PCP): — Vou concluir, Sr. Presidente.
Diz o PSD que o projeto do Governo vai mais além. No entanto, ao contrário do que diz o PSD, penso que
é o projeto de resolução do PCP que vai muito mais além. Senão vejamos: enquanto o projeto do Governo
passa de cinco para três dias, o projeto do PCP passa para dois; enquanto o projeto do Governo mantém as
questões das intempéries, o projeto do PCP avança para as questões dos acidentes ambientais e das
manobras militares como fonte de acesso ao Fundo.
Assim, fica muito claro quem é que vai mais além e quem é que fica para trás nestes processos.
Aplausos do PCP.
O Sr. Presidente (Ferro Rodrigues): — Ainda para uma intervenção, tem a palavra o Sr. Deputado Ulisses
Pereira, que dispõe de 10 segundos.
O Sr. Ulisses Pereira (PSD): — Sr. Presidente, embora tenha sido referido que há um acordo, decidido em
Conferência de Líderes — que desconhecia — no sentido de os proponentes das iniciativas legislativas
usarem da palavra em último lugar, ainda assim, vou usar da palavra.
Não peço desculpa porque não conhecia esse acordo, mas, atendendo a essa questão e até porque esta
iniciativa do Governo já foi suficientemente elogiada por parte dos partidos da oposição, fico-me por aqui.
O Sr. Presidente (Ferro Rodrigues): — Srs. Deputados, não havendo mais inscrições, dou por terminada a
discussão, na generalidade, dos projetos de lei n.os
524/XII (3.ª), do PCP, e 536/XII (3.ª), do Bloco de
Esquerda.
Antes de passarmos à discussão dos projetos de resolução n.os
984/XII (3.ª) — Recusa o pagamento do
défice tarifário pelos consumidores (BE) e 988/XII (3.ª) — Pela eliminação do défice tarifário no setor da
energia elétrica, em defesa do interesse nacional (PCP), informo a Câmara que se encontra na Tribuna
Diplomática o Sr. Presidente da Comissão de Negócios Estrangeiros, Defesa e Segurança Nacional do
Parlamento de Timor-Leste, para quem peço o vosso aplauso.
Aplausos gerais, de pé.
Para apresentar o projeto de resolução n.º 984/XII (3.ª), tem a palavra a Sr.ª Deputada Mariana Mortágua,
do Bloco de Esquerda.
A Sr.ª Mariana Mortágua (BE): — Sr. Presidente, Sr.as
Deputadas e Srs. Deputados: A eletricidade é um
bem essencial. É um bem essencial aos níveis mínimos de conforto da vida humana — aquecimento,
eletricidade, tarefas do dia a dia —, mas também é um bem essencial para o funcionamento da economia e da
produção.
O Sr. Pedro Filipe Soares (BE): — É verdade!
A Sr.ª Mariana Mortágua (BE): — Em Portugal, o que sabemos é que os preços deste bem tão necessário
e tão essencial, sem contar com os impostos, subiram 37% entre 2006 e 2013 — repito, 37% — e no mesmo
período, a inflação foi de 17,3%, ou seja, estes preços subiram muito acima da inflação.