12 DE ABRIL DE 2014
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O Sr. Presidente (Ferro Rodrigues): — Esgotou o seu tempo, Sr. Deputado.
O Sr. Vieira da Silva (PS): — Vou terminar, Sr. Presidente.
Não negamos os problemas estruturais, não negamos que a situação seja difícil, mas é verdade — os
números mostram-no — que a política de austeridade, que empobreceu o País, ainda assim, mesmo nas
taxas de pobreza relativa face a um país mais pobre, tornou os mais pobres ainda mais pobres, e muito mais
pobres.
Denegar-se essa realidade é ser-se incapaz de a combater! Essa é a vossa filosofia, essa é a vossa
política, essa será a vossa condenação!
Aplausos do PS.
O Sr. Presidente (Ferro Rodrigues): — Para uma intervenção, tem a palavra o Sr. Deputado Nuno
Magalhães.
O Sr. Nuno Magalhães (CDS-PP): — Sr. Presidente, Sr.as
e Srs. Deputados: Estamos a chegar ao final de
um debate importante, que tem a ver com um tema muitíssimo importante, que tem a ver com a vida e o
sofrimento das pessoas.
Evidentemente, exige-se serenidade, exige-se também a denúncia, mas, sobretudo, exigem-se propostas e
alternativas da parte do maior partido da oposição, no entanto, o que ouvimos até agora foi zero, zero
alternativas!
O Sr. Artur Rêgo (CDS-PP): — Muito bem!
O Sr. Nuno Magalhães (CDS-PP): — Nem a medida que o Secretário-Geral do Partido Socialista anunciou
de acabar com os sem-abrigo num prazo de quatro anos os senhores foram capazes de concretizar. Mais:
nem o Deputado Vieira da Silva, ex-ministro do Trabalho e da Segurança Social durante quatro anos, foi capaz
ou teve sequer a coragem de falar dessa medida. Tentou passar por ela de fininho, baixinho…
O Sr. Vieira da Silva (PS): — Está a voar muito baixo!
O Sr. Nuno Magalhães (CDS-PP): — Exatamente, a voar baixinho é aquilo que os senhores estão a fazer!
É baixa política estarem a aproveitar-se das dificuldades das pessoas, mas é aquilo que os senhores fizeram
quando conduziram o País até onde conduziram!
Aplausos do CDS-PP.
Srs. Deputados, não temos o monopólio do coração, não admitimos é que os outros queiram ter, muito
menos aqueles que são os rostos, como é o caso do Sr. Deputado Vieira da Silva, da bancarrota, da rutura de
tesouraria, dos 300 milhões de euros para pagar pensões apenas durante 15 dias, da mão estendida e do lixo
da nossa dívida pública. Como tal, tivemos de ir pedir dinheiro emprestado a credores internacionais para
pagar pensões e salários. Isso é que vos custa ouvir, Srs. Deputados.
Deviam ter mais humildade democrática quando fazem este debate, porque o tema é sério e merece, de
facto, soluções sérias, nomeadamente daqueles que querem ser alternativas.
A Sr.ª Sónia Fertuzinhos (PS): — Se quer soluções sérias, fale seriamente!
O Sr. Nuno Magalhães (CDS-PP): — Sr. Presidente, Srs. Deputados, há duas ideias que, desde logo,
importam ser desmistificadas. A primeira é a de que o desemprego subiu com esta maioria…
O Sr. Presidente (Ferro Rodrigues): — Sr. Deputado, esgotou o seu tempo, por isso peço-lhe que conclua.