10 DE MAIO DE 2014
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A viticultura, com as características que é praticada em Portugal, nomeadamente a norte, é uma atividade
de alguma complexidade, onde os equilíbrios entre a produção, a transformação e a comercialização são
frágeis. Entendemos por isso que a discussão no seio da Região dos Vinhos Verdes deve ser concluída e até
complementada, de modo a poder permitir decisões políticas sérias, justas e mais adequadas.
Neste processo é notória a existência de pressões e interesses quer na manutenção da situação existente,
quer na sua alteração. E uma e outra decisão têm implicações de natureza económica e social.
Pela sensibilidade da situação, o PCP entendia que a decisão relativamente aos projetos deveria ser
precedida da ampla discussão, onde fossem ouvidos os diferentes interesses em jogo. Por essa razão, o
Grupo Parlamentar do PCP propôs a retirada dos projetos ou a baixa à comissão sem discussão. Não sendo
essa a opção dos proponentes e não concordando o Grupo Parlamentar do PCP com o momento em que as
questões foram suscitadas, entendeu este Grupo Parlamentar, que a abstenção relativamente aos dois
projetos era o voto que melhor espelhava essa posição.
O Deputado do PCP, João Ramos.
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Quanto ao projeto de resolução n.º 987/XII (3.ª), consideramos importante garantir a qualidade do rótulo do
Vinho Verde Alvarinho, vinculado à sub-região Monção e Melgaço.
Consideramos, no entanto, que também é necessário contemporizar a garantia dessa qualidade com a
discriminação das outras sub-regiões onde a casta também é produzida. Este é um problema que tem de ser
resolvido e a presente proposta nada contribuiu para essa resolução. É necessário proteger a sub-região ao
mesmo tempo que se encontram soluções para as outras oito sub-regiões.
Sabemos bem que na tentativa de alargar o rótulo a toda a região de vinhos verdes estão interesses
económicos bastante fortes. Mas sabemos também que estão muitos produtores. É por isso que é necessária
uma solução global. Pode não ser o alargamento do rótulo, mas algumas compensações têm que ser
encontradas. E é esse o caminho que tem que ser percorrido.
Como a presente proposta em nada contribui para a resolução desta situação, o Bloco de Esquerda
absteve-se.
As Deputadas e os Deputados do Bloco de Esquerda, Luís Fazenda — Mariana Mortágua — Pedro Filipe
Soares — Cecília Honório — Mariana Aiveca — Catarina Martins — Helena Pinto — João Semedo.
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Em relação ao projeto de resolução n.º 1012/XII (3.ª), o Bloco de Esquerda considera essencial garantir a
qualidade do rótulo do Vinho Verde Alvarinho, vinculado à sub-região Monção e Melgaço. Consideramos, no
entanto, que deve haver um equilíbrio entre essa garantia e a discriminação relativamente às outras sub-
regiões onde a casta é produzida.
É necessária uma solução equilibrada que respeite e garanta os direitos de ambas as partes. É necessária
a proteção da sub-região em causa, ao mesmo tempo que é necessário resolver a situação das outras oito
sub-regiões.
A presente proposta não contribuiu para essa solução. Não ignoramos que na tentativa de alargamento do
rótulo a toda a região dos vinhos verdes estão interesses económicos fortes. Mas também sabemos que estão
em causa muitos produtores nesta questão. Assim, consideramos que uma solução apenas é realmente uma
solução quando acautela ambas as situações. Pode passar ou não pelo alargamento do rótulo, mas também
têm que ser encontradas compensações.
Como a presente proposta em nada contribuí para a resolução desta situação, o Bloco de Esquerda
absteve-se.
As Deputadas e os Deputados do Bloco de Esquerda, Luís Fazenda — Mariana Mortágua — Pedro Filipe
Soares — Cecília Honório — Mariana Aiveca — Catarina Martins — Helena Pinto — João Semedo.