13 DE MAIO DE 2014
49
alargamento do apoio aos alunos que beneficiam da ação social escolar, assim permitindo a atribuição de
mais manuais aos alunos.
Por tudo isto, Sr. Presidente, por ser verdade que muitos dos pressupostos anunciados pelas bancadas da
oposição nada acrescentam à lei em vigor, por ser verdade que alguns deles até já estão previstos na lei e que
outros prejudicam a estabilidade da organização pedagógica, mas também por ser verdade que na sua
maioria desrespeitam o princípio da equidade no acesso aos manuais por parte dos alunos, a bancada
parlamentar do PSD entende que estamos perante iniciativas legislativas contraproducentes, que visam
concorrer para o ranking das estatísticas e não para a solução dos problemas, motivo pelo qual não as pode
acompanhar.
Aplausos do PSD e do CDS-PP.
Protestos do PCP.
O Sr. Presidente (Guilherme Silva): — Para uma intervenção, tem a palavra a Sr.ª Deputada Inês Teotónio
Pereira.
A Sr.ª Inês Teotónio Pereira (CDS-PP): — Sr. Presidente, Sr.as
e Srs. Deputados: Ao discutir o presente
projeto de lei do PS é necessário, antes de mais, clarificar todo o processo de criação de bolsas de
empréstimo de manuais escolares e realçar a importância da implementação deste tema para as famílias
portuguesas, com que todos concordamos.
Também é importante referir que não temos dúvidas de que é da responsabilidade do Estado, no
cumprimento da universalidade no acesso ao ensino e da igualdade de oportunidades, criar mecanismos que
ajudem as famílias com esses encargos.
Sempre tivemos tudo isto em consideração, e é por isso que o CDS, na passada legislatura, apresentou um
projeto de lei para regular o empréstimo de manuais escolares. É também por isso que, já nesta Legislatura,
recomendámos ao Governo que procedesse a essa regulamentação, iniciativa que foi aprovada, embora com
os votos contra de toda a oposição, incluindo o PS.
Acontece que o Governo, cumprindo a resolução da Assembleia da República, já criou a bolsa de
empréstimo de manuais escolares, que o PS e os restantes partidos da oposição parecem ignorar.
O Sr. Artur Rêgo (CDS-PP): — Bem lembrado!
A Sr.ª Inês Teotónio Pereira (CDS-PP): — Esclareça-se, então, o que é que se passa.
A partir deste ano letivo, os alunos da ação social escolar que recebem apoio à aquisição de manuais
escolares em função dos escalões, têm agora a responsabilidade de, no final dos ciclos, os devolverem,
contribuindo, assim, para a bolsa de empréstimo e permitindo a outros alunos o acesso a esses manuais. Esta
bolsa está já implementada em várias escolas, foi devidamente regulamentada e é graças a este sistema que,
no próximo ano letivo, estes alunos terão acesso a mais manuais sem que o Estado ou as próprias famílias
tenham mais encargos.
O Sr. Artur Rêgo (CDS-PP): — Muito bem!
A Sr.ª Inês Teotónio Pereira (CDS-PP): — É verdade que estamos no começo do processo e que, por
isso, há ainda muito a fazer. O objetivo é que todos os alunos com carências económicas possam beneficiar
de manuais escolares sem terem de suportar quaisquer encargos e, numa fase posterior, que todos alunos
possam ter acesso a mais manuais, mesmo para além da ação social escolar, dependendo isso dos manuais
que as escolas possam disponibilizar como resultado da bolsa de empréstimo.
É verdade que nem todas as escolas implementaram estas práticas, como corretamente salientou o PS, o
que se deve não à falta de legislação mas, sim, ao exercício da autonomia das escolas neste domínio e da
realidade de cada escola.
Não consideramos, por isso, que a resolução destes desafios passe pela densificação que o PS propõe.
Sabemos que este é um processo em curso e estamos, de resto, confiantes de que, no próximo ano letivo, a