12 DE JUNHO DE 2014
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quer que seja e dificilmente olham para o que é positivo, mesmo que entre pelos olhos adentro, mesmo que
entre pelos olhos adentro! Seja nas exportações, seja na criação de emprego, seja no clima de confiança, seja
na balança comercial, seja no que for, é sempre visto pelo lado negativo. É assim! Nada a fazer e temos de
respeitar democraticamente essa visão.
O Sr. João Oliveira (PCP): — Faça a pergunta!
O Sr. Hélder Amaral (CDS-PP): — Sr. Deputado, o que é estranho, o que deixa qualquer português
preocupado, é a posição do maior partido da oposição, daqueles que têm culpas evidentes na situação do
País, mas também têm culpas evidentes do que de muito bom se fez no País.
Depois do apelo feito ontem pelo Sr. Presidente da República, do alerta para os riscos que podemos correr
se não houver consenso, se não houver concertação, se não houver compromisso — e é certo que há partes
da sociedade, nomeadamente na concertação social, em que esse compromisso tem sido feito —, acha ou
não que o apelo do Sr. Presidente da República devia ser ouvido? Acha ou não que o maior partido da
oposição, hoje, tinha aqui a oportunidade de dizer aos portugueses: «Podem contar connosco. Estamos aqui
para ajudar, estamos aqui para fazer todos os sacrifícios que forem possíveis, em nome do País, não em
nome do partido»?
O Sr. Nuno Magalhães (CDS-PP): — Muito bem!
O Sr. Hélder Amaral (CDS-PP): — O que diz o Partido Socialista? Passou ao lado.
Portanto, como disse e bem, a única estabilidade que é dada aos portugueses é dada pelos partidos da
maioria e pelo Governo.
A Sr.ª Presidente (Teresa Caeiro): — Queira concluir, Sr. Deputado.
O Sr. Hélder Amaral (CDS-PP): — Pergunto se acha ou não que devemos fazer esse esforço, in extremis,
de puxar pela parte boa que o Partido Socialista ainda tem, pela parte boa que existe na concertação social e
reforçarmo-la.
Sr. Deputado, é um ato de boa vontade da minha parte para ver se consigo trazer o Partido Socialista à
serenidade e ao bom senso. Temo ser perfeitamente inconsequente com esse pedido, ainda assim fica aqui
mais um apelo para que o Partido Socialista regresse à normalidade.
Aplausos do CDS-PP e do PSD.
A Sr.ª Presidente: — Para pedir esclarecimentos, tem a palavra o Sr. Deputado Paulo Sá.
O Sr. Paulo Sá (PCP): — Sr.ª Presidente, Sr. Deputado Mendes Bota, veio aqui o Sr. Deputado vender
ilusões sobre a situação do País quando o País se encontra numa situação insustentável face à degradação
da situação política.
A primeira ilusão que tentou vender da tribuna foi a ilusão relativa à dívida pública referindo-se ao leilão de
dívida pública que ocorreu hoje de manhã como um sucesso, tentando, desta forma, dizer que tudo estava
bem com a dívida pública. Mas, Sr. Deputado Mendes Bota, nada mais falso, e vou ter que lembrar aqui
alguns factos que escamoteou na sua intervenção.
Desde a aplicação do pacto de agressão da troica, a dívida pública aumentou, como nunca tinha
aumentado antes, 52 000 milhões de euros.
Em 2010, o ano antes do início da aplicação do pacto de agressão da troica, Portugal pagava, anualmente,
juros de 4800 milhões de euros. Em 2014, serão 7300 milhões de euros — aumentou 50%. De acordo com o
Documento de Estratégia Orçamental, em 2015, serão 7800 milhões de euros e, em 2018, 8100 milhões de
euros. Ou seja, os juros que pagamos anualmente estão sempre a subir. Quanto mais pagamos mais
devemos.