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12 DE JUNHO DE 2014

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O Sr. José Magalhães (PS): — Ora aí está!

O Sr. António Braga (PS): — Os senhores reveem-se nas declarações, no ataque nunca antes perpetrado

em democracia, pondo em causa a honorabilidade, a isenção, a independência dos juízes do Tribunal

Constitucional? Sente-se confortável o Sr. Deputado e a sua maioria?

Aplausos do PS.

O Sr. José Magalhães (PS): — Claro que não!

A Sr.ª Presidente (Teresa Caeiro): — Uma vez que o Sr. Deputado Mendes Bota pretende responder em

conjunto, tem a palavra a Sr.ª Deputada Mariana Mortágua para pedir esclarecimentos.

A Sr.ª Mariana Mortágua (BE): — Sr.ª Presidente, Sr. Deputado Mendes Bota, era de adivinhar que o tema

seria a descida dos juros da dívida pública.

Vozes do PSD: — Está a ver?!

A Sr.ª Mariana Mortágua (BE): — O Sr. Deputado vem aqui ensaiar uma narrativa, que é a de dizer que

Portugal é um país credível e estável porque tem um Governo que apresentou medidas, é um país que tem

uma governação que permite ser credível e estável…

O Sr. Hugo Lopes Soares (PSD): — Muito bem!

A Sr.ª Mariana Mortágua (BE): — … e por isso os juros da dívida pública baixaram.

Mas, Sr. Deputado, sabe onde é que os juros da dívida pública mais baixaram? Na Grécia! Sabe onde é

que mais baixaram? Em Espanha! Sabe onde é que mais baixaram? Em Itália! Sabe onde é que mais

baixaram? Na Irlanda! Em todos os países do euro.

O Sr. Luís Montenegro (PSD): — E ainda bem!

A Sr.ª Mariana Mortágua (BE): — Sabe porquê? Porque o Banco Central Europeu pôs em prática medidas

expansionistas, contra um processo de deflação causado pela austeridade, e isso levou a uma queda

generalizada, que, aliás, não é de hoje.

Sabe também, Sr. Deputado, qual foi o único momento em que esta tendência generalizada de queda dos

juros da dívida pública por via da ação do Banco Central Europeu parou e os juros dispararam? Foi quando

este Governo — tão credível! — decidiu arranjar uma birra e o seu colega de coligação decidiu abandonar o

Governo durante dois meses. Esse foi o maior momento de instabilidade governativa que levou ao maior

aumento dos juros da dívida pública.

Aqui temos a grande responsabilidade e a grande estabilidade dada por este Governo!

Mas há outros fatores que devem ser levados em consideração nesta discussão.

O Sr. Deputado veio aqui fazer um discurso do sucesso, mas nunca disse que o défice em 2013 ficou

acima do défice em 2011; o Sr. Deputado veio fazer um discurso do sucesso, mas nunca disse que, no

primeiro trimestre de 2014, o PIB decresceu, a economia encolheu. E encolheu porquê? Porque as

exportações caíram 30%! E por que é que as exportações caíram 30%? Porque a Refinaria de Sines parou de

exportar porque esteve parada. O que é que isto quer dizer? Quer dizer que uma economia com um tecido

produtivo que não se alterou é uma economia dependente de uma única empresa.

Mas há mais dados: o mesmo relatório do INE que o Sr. Deputado citou diz que as importações no primeiro

trimestre duplicaram face às exportações. O que é que isto quer dizer? O défice da balança comercial, o défice

externo, que os Srs. Deputados tanto dizem ser a grande marca deste Governo — reduziu o défice externo —

voltou a agravar-se.

Os dados não são bons, Srs. Deputados! Os dados não são nada bons!…