14 DE JUNHO DE 2014
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O Sr. Michael Seufert (CDS-PP): — … de explicar a quem está a acompanhar que não tem razão porque
quem tem razão é o Governo e vai determinar que a entidade que avalie explique em que condições
conseguiu fazer um trabalho mal feito para que não volte a acontecer?! É isso que gostava de perceber e é
isso que nos intriga nesta bancada.
Aplausos do CDS-PP e do PSD.
A Sr.ª Presidente (Teresa Caeiro): — Para uma intervenção tem, de novo, a palavra o Sr. Deputado Rui
Paulo Figueiredo.
O Sr. Rui Paulo Figueiredo (PS): — Sr.ª Presidente, percebo o incómodo das bancadas do PSD e do CDS
sobre esta matéria.
Risos do PSD e do CDS-PP.
Percebendo esse incómodo, até vou perdoar e esquecer uma ou outra incoerência sobre esta matéria,
porque o PSD e o CDS já votaram a favor há mais de um ano estas mesmas recomendações, exatamente
assim escritas. Portanto, o que aconteceu foi que o Governo não as cumpriu, Srs. Deputados!
O Governo não cumpriu as recomendações do Tribunal de Contas, não cumpriu as recomendações da
Assembleia, não cumpriu as recomendações da Ernst & Young. Das 25 recomendações aprovadas, o
Governo não cumpriu nenhuma e não renegociou os contratos. Esse é que é o ponto. Por isso é que não
tínhamos percebido por que é que, na semana passada, o PSD e o CDS tinham retirado aquelas duas
recomendações. Mas ainda bem — e saúdo-vos por isso — que ponderaram, refletiram e vão votar a favor
destas propostas.
Porém, tenho uma novidade para os Srs. Deputados que procuraram falar muito do canal Memória para
não falar do que está em cima da mesa: é que a dívida continua a aumentar, Sr. Deputado Afonso Oliveira. A
dívida das empresas públicas também continua a aumentar e, pasme-se, os encargos das parcerias público-
privadas também, porque há um ano e meio que andam a prometer…
A Sr.ª Elsa Cordeiro (PSD): — Deviam era ter vergonha de dizer isso!
O Sr. Rui Paulo Figueiredo (PS): — … renegociar 250 milhões, 300 milhões, mas ainda não temos
nenhum contrato renegociado. E o novo prazo que foi dado pelo Ministro da Economia, pelo Secretário de
Estado e pelo Presidente da Estradas de Portugal foi o mês de junho. Esperemos que cumpram.
Porque já estou a exceder o tempo, só quero dizer às bancadas à nossa esquerda que, do nosso ponto de
vista, precisamos de investimento público e de investimento privado e que não diabolizamos o investimento
privado.
Por isso, o ponto absolutamente fundamental é que registamos a concordância com o que propomos: um
reforço imediato das competências da UTAO. Ainda bem que somos acompanhados, porque achamos que
tudo o que seja aumentar a fiscalização é positivo, e ainda bem que concordam também connosco…
A Sr.ª Presidente (Teresa Caeiro): — Tem de concluir, Sr. Deputado.
O Sr. Rui Paulo Figueiredo (PS): — Termino, Sr.ª Presidente.
Como eu estava a dizer, ainda bem que concordam também com a renegociação dos custos de
financiamento, porque, recorde-se, 80% dos fluxos das PPP são para estes custos de financiamento e têm de
ser renegociados, o que o Governo não tem feito.
Aplausos do PS.
A Sr.ª Presidente (Teresa Caeiro): — Inscreveu-se, ainda, com uns escassos 8 segundos, o Sr. Deputado
Afonso Oliveira.