I SÉRIE — NÚMERO 104
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sindicato corporativo não teria subtraído a todo o Serviço Nacional de Saúde as condições mínimas para
funcionar, não teria dado origem, no Hospital de S. João, à demissão em série de todos os seus responsáveis.
E esse problema só vai ser resolvido por uma atitude dura desses profissionais, que saíram em defesa da
qualidade do Serviço Nacional de Saúde e fizeram com que o Governo recuasse e se devolvesse no Hospital
de S. João tudo aquilo que é necessário para manter a qualidade.
Sr.ª Presidente, Srs. Deputados, termino, lembrando à Sr.ª Deputada Carla Rodrigues o seguinte: não diga
que os equipamentos de saúde, de norte a sul, têm mais recursos, pois, infelizmente, além da falta de
recursos humanos, faltam também recursos materiais. De facto, não há uma espátula, não há seringas,…
A Sr.ª Presidente: — Queira terminar, Sr. Deputado.
O Sr. José Junqueiro (PS): — … não há luvas, não há material para as citologias. É uma vergonha em
que se envolveu esta maioria de direita e que nós queremos aqui vivamente contestar.
Aplausos do PS.
A Sr.ª Presidente: — Conclui-se, assim, a declaração política do PS.
A próxima declaração política é do CDS-PP.
Tem a palavra o Sr. Deputado Altino Bessa.
O Sr. Altino Bessa (CDS-PP): — Sr.ª Presidente, Sr.as
e Srs. Deputados: Venho aqui hoje felicitar o
Governo e a Associação Nacional de Municípios Portugueses pelo acordo assinado no passado dia 8 do
corrente mês. Quero felicitar, acima de tudo, o empenho por parte do Governo, do Ministro Poiares Maduro, e,
em especial, do Secretário de Estado da Administração Local, António Leitão Amaro. Quero também felicitar o
Presidente da Associação Nacional de Municípios Portugueses, Dr. Manuel Machado.
Esta é a prova de que, por muito grandes que sejam, à partida, as diferenças entre as partes, é possível
chegar a um acordo, desde que com empenho, com diálogo e com confiança nos vários interlocutores.
Esta foi mais uma demonstração de grande maturidade da Associação Nacional de Municípios
Portugueses — assim o foi no passado e, felizmente, assim o é no presente.
Lembramos o acordo conseguido em maio de 2012 para o Programa de Apoio à Economia Local, também
conhecido por PAEL, mas também o acordo assinado em julho de 2103 sobre a Lei das Finanças Locais —
isto ainda antes das últimas eleições autárquicas. E lembramos que alguns diziam, à época, de uma forma
injusta, que estes acordos só eram conseguidos porque a Associação Nacional de Municípios Portugueses era
afeta (e maioritariamente afeta) ao Governo.
Este acordo vem provar exatamente o contrário e demonstrar que, com este Conselho Geral da Associação
Nacional de Municípios Portugueses, os acordos também são possíveis, que as divergências podem ser
ultrapassadas.
Este Conselho Geral votou maioritariamente a favor deste acordo, mas também o Conselho Diretivo da
Associação Nacional de Municípios Portugueses o fez, com 10 votos a favor e apenas 2 votos contra, o que é
revelador do sentido de responsabilidade destes dirigentes e de solidariedade para com os municípios que se
encontram em situação de rutura financeira iminente.
Pena é que os partidos da oposição não estejam disponíveis para o diálogo, não se aproximem da maioria,
para também podermos ter outros acordos.
Vozes do CDS-PP: — Muito bem!
O Sr. Altino Bessa (CDS-PP): — Continuamos disponíveis para o diálogo, principalmente com o Partido
Socialista. É que, se é possível diálogo com uma Associação Nacional de Municípios Portugueses
maioritariamente dirigida por elementos do Partido Socialista, se é possível acordos, como ainda aconteceu na
semana passada, sobre leis laborais com a UGT, por que é que não é possível acordos com o Partido
Socialista?