I SÉRIE — NÚMERO 104
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questão central no que diz respeito à situação dos municípios e a questão central é a de que é necessário
resolver definitivamente esta situação em que os municípios se encontram.
Reconhecemos, obviamente, que alguns estão em situação difícil, mas isto tem a ver com o seguinte: de
2010 a 2013, o Governo do PS e o Governo do PSD e do CDS cortaram e retiraram aos municípios mais de
1300 milhões de euros.
O Sr. DavidCosta (PCP): — Bem lembrado!
O Sr. João Oliveira (PCP): — Exatamente!
A Sr.ª Paula Santos (PCP): — Isto, obviamente, teve impactos nos municípios: só nas autarquias da CDU,
nestes quatro anos, foram mais de 60 milhões de euros. E é verdade, Srs. Deputados, que na situação difícil
em que os municípios se encontram — espero que fique bem claro — não há nenhum município originário de
gestão da CDU, havendo três situações que foram herdadas da gestão de outros partidos.
O Sr. João Oliveira (PCP): — Exatamente!
A Sr.ª Paula Santos (PCP): — Sr.ª Presidente, concluo dizendo que o que é preciso e urgente para os
municípios é o reforço dos meios para poderem desempenhar as suas funções, nomeadamente através do
reforço da participação dos municípios nos impostos do Estado.
Ora, em relação a esta questão concreta, apresentámos propostas, apresentámos outras soluções que
demonstram claramente que há um outro caminho que pode passar por soluções que não degradem ainda
mais a situação dos municípios, que não lhes tirem a sua autonomia nem onerem as populações.
Aplausos do PCP.
A Sr.ª Presidente: — A terceira pergunta é do Sr. Deputado Jorge Paulo Oliveira, do PSD.
Creio que houve um lapso na Mesa e que o PS terá também inscrito o Sr. Deputado João Paulo Correia,
que será o quarto a intervir,
Sendo assim, tem a palava o Sr. Deputado Jorge Paulo Oliveira.
O Sr. Jorge Paulo Oliveira (PSD): — Sr.ª Presidente, Sr. Deputado Altino Bessa, o acordo alcançado
entre o Governo e a Associação Nacional de Municípios Portugueses, transposto para a proposta de lei por
iniciativa dos partidos da maioria, assume uma elevada importância. Desde logo porque os municípios passam
a dispor de um instrumento que resolve, de forma estrutural, definitiva e permanente, os desequilíbrios
financeiros graves em que hajam incorrido ou em que possam vir a incorrer.
Estamos perante um instrumento inédito, estamos perante um instrumento inovador, mas também
necessário, urgente e reclamado pelos municípios portugueses.
O acordo alcançado entre o Governo e a Associação Nacional de Municípios Portugueses é um exemplo
do empenho genuíno, é um exemplo do esforço, é um exemplo do princípio da colaboração, é um exemplo de
cooperação, alcançado por via da intervenção das duas entidades.
Sr.ª Presidente, Sr.as
e Srs. Deputados, o acordo alcançado entre o Governo e Associação Nacional de
Municípios Portugueses é um exemplo do sentido de Estado, do sentido político, do sentido de
responsabilidade e do sentido de solidariedade do Governo e da Associação Nacional de Municípios
Portugueses. É um acordo, Sr. Deputado Altino Bessa, ao qual nos associámos e que, Sr.ª Deputada Helena
Pinto, saudamos vivamente.
Nestas circunstâncias, pergunto ao Sr. Deputado Altino Bessa como podem os portugueses interpretar as
violentas críticas que o PS dirigiu à conduta da Associação Nacional de Municípios Portugueses,…
O Sr. António Braga (PS): — O PS?! O PS?!
O Sr. Jorge Paulo Oliveira (PSD): — …ademais presidida por um autarca do Partido Socialista.