I SÉRIE — NÚMERO 3
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Partido Comunista hoje mesmo, foi um pouco comicieira, um pouco para agradar ao seu eleitorado, o que não
é bom augúrio daquele que pode ser o trabalho desta Comissão.
Esperamos que não seja essa a postura dos Deputados desses partidos nesta Comissão.
Aplausos do PSD e do CDS-PP.
Sr.ª Presidente, estamos disponíveis para trabalhar de modo a que a verdade seja apurada, sem qualquer
reserva mental, para que se encontre o que tiver de ser encontrado, não esquecendo quem foram os
verdadeiros responsáveis pelo problema: aqueles que estiveram à frente do Banco Espírito Santo, mas
também as autoridades públicas, portuguesas e europeias.
Esperemos, pois, que todos tenham a mesma postura para prestigiar o Parlamento.
Aplausos do PSD e do CDS-PP.
A Sr.ª Presidente: — Para uma intervenção, tem a palavra a Sr.ª Deputada Cecília Meireles.
A Sr.ª Cecília Meireles (CDS-PP): — Sr.ª Presidente, Sr.as
e Srs. Deputados: Desde o primeiro dia que,
praticamente, a postura do CDS em relação a este caso e a esta comissão de inquérito tem sido de
responsabilidade, de determinação e de abertura para tudo apurar e nada deixar por apurar.
É por isso mesmo que apoiamos e votaremos a favor do objeto muito abrangente desta comissão, apesar
de, como é óbvio, discordarmos com veemência de muitos dos considerandos que aqui foram feitos.
Como tudo tem de ser avaliado, é importante perceber que o CDS sabe que o sistema bancário e o sistema
financeiro têm, sim, um papel importante na economia nacional e os portugueses cujos ordenados por lá
passam e que lá têm os seus depósitos e que o financiamento às empresas em que trabalham por lá passam
sabem bem que os bancos têm um papel importante. Para além disso, também sabem que bancos e
banqueiros são coisas diferentes e que alguns maus exemplos não se confundem com o papel do sistema
financeiro.
Vozes do CDS-PP: — Muito bem!
A Sr.ª Cecília Meireles (CDS-PP): — Mais: no momento em que vamos analisar a solução que foi
encontrada, e bem, porque tem de ser pesada e analisada, também é importante perceber que tudo vamos
analisar desde 2008 e que as alternativas — porque em democracia há sempre alternativas — também têm de
ser pesadas e analisadas.
Também é importante perceber quanto custaria aos contribuintes, ao País e à economia uma
nacionalização, como, aliás, já foi feita, ou uma pura falência de um banco, como foi o caso do BES, com o
peso que ele tem para as PME e para a economia nacional.
Vozes do CDS-PP: — Bem lembrado!
A Sr.ª Cecília Meireles (CDS-PP): — Sim, sabemos bem — é reconhecido por todas as bancadas — que
este caso terá impacto na economia, mas daí também temos de tirar consequências quanto à análise da
solução.
Como disse inicialmente, uma comissão de inquérito faz-se, sobretudo, para fazer perguntas e para dessas
perguntas e desses factos apurados se retirar conclusões. E esta Comissão de Inquérito é fundamental,
porque é uma Comissão de Inquérito no seu verdadeiro sentido. Será feita porque há perguntas que não
podem, não devem e não vão ficar sem resposta.
O Sr. Nuno Magalhães (CDS-PP): — Muito bem!