17 DE OUTUBRO DE 2014
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É também verdade que o Sr. Deputado, ao fim de 14 minutos, não fez uma única proposta. Consegue dizer
mal até da medida do quociente familiar, que foi discutida amplamente no âmbito do Grupo de Trabalho para a
Reforma do IRS. Até em relação a essa medida o Sr. Deputado consegue ser crítico.
Queria dizer-lhe que o Sr. Deputado ainda vai a tempo de nos poder dizer neste debate alguma coisa mais.
É que não basta dizer que se quer discutir, mas, depois, ao fim de 14 minutos, nada dizer, nem uma única
proposta apresentar.
Fala o Sr. Deputado de agenda para a década?! Sr. Deputado, agenda para a década?! Estratégia
integrada?! Sr. Deputado, são só chavões, nada de concreto. Não referiu uma única medida, nada.
A única coisa que lhe posso perguntar é se o Partido Socialista vai fazer uma unidade de missão, um grupo
de trabalho, vai debater internamente,…
A Sr.ª Sónia Fertuzinhos (PS): — Não, não!
O Sr. Filipe Lobo d’Ávila (CDS-PP): — … vai amadurecer ideias, como diziam aqui na semana passada?
A verdade é que este Partido Socialista não nos diz rigorosamente nada.
Faço-lhe uma pergunta concreta, para terminar: vai o Sr. Deputado recuperar o cheque-bebé?
Aplausos do CDS-PP e do PSD.
O Sr. Nuno Magalhães (CDS-PP): — Bem lembrado!
A Sr.ª Presidente: — Para responder, tem a palavra o Sr. Deputado Pedro Delgado Alves.
O Sr. Pedro Delgado Alves (PS): — Sr.ª Presidente, Sr. Deputado Filipe Lobo d´Ávila, muito obrigado pela
questão que coloca.
O Sr. Deputado esteve desatento, porque naqueles 6 minutos até fiz questão de referir, várias vezes, os
seis anos de governação do Partido Socialista.
A Sr.ª Sónia Fertuzinhos (PS): — Não ouviu nada!
O Sr. Filipe Lobo d’Ávila (CDS-PP): — Foram 14 minutos!
O Sr. Pedro Delgado Alves (PS): — Não guardei os 14 minutos, também algum carinho guardei para a
maioria e para a falta de atenção que ela prestou ao próprio relatório que veio em anexo!
Já agora, permita-me falar desse relatório do Instituto Sá Carneiro, que, curiosamente, muitas das
propostas que faz são a recuperação de medidas do Partido Socialista, que, entretanto, foram eliminadas pela
atual maioria.
Aplausos do PS.
Portanto, quanto a ler o relatório — foi o que nos acusaram de não o termos feito —, não só o lemos como
o conhecemos muito bem no sentido em que muitas das medidas dele constantes são a recuperação de
medidas entretanto eliminadas.
Também aludi a áreas prioritárias de intervenção. Penso que o PSD não quer um debate de tal forma
relâmpago que hoje, nesta hora de debate, esgotemos o trabalho dos 90 dias que propõe para esta matéria!
Uma coisa foi clara e deixei-a: temos de ter uma estratégia naquilo que nos parece ser prioritário para dar
resposta aos problemas da natalidade, que é a pobreza infantil — mas a pobreza não é só das crianças, é
também dos agregados familiares nos quais elas se enquadram —, um elemento revelador da necessidade de
reforço desses rendimentos precisamente para poder haver famílias mais numerosas.
Queria concentrar-me num aspeto importante que o Sr. Deputado referiu. O facto de ter havido uma
comissão que preparou uma revisão do IRS não significa automaticamente a adesão de todos os partidos