I SÉRIE — NÚMERO 16
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A Sr.ª Presidente: — Srs. Deputados, já o fiz pessoalmente, mas dou aqui, de modo institucional e formal,
os parabéns ao Sr. Vice-Presidente Miranda Calha e à Sr.ª Vice-Secretária Luísa Salgueiro, desejando que
tenham connosco um bom trabalho neste ano, que é o último da Legislatura.
Vamos, agora, entrar na ordem de trabalhos de hoje, que começa com um debate em torno do projeto de
resolução n.º 1107/XII (3.ª) — Reformula o sistema de incentivos que existem aos órgãos de comunicação
social (OCS) locais e regionais, garantindo uma distribuição mais equitativa e mais adequada à nova realidade
tecnológica e económica da comunicação social, nomeadamente através da criação de novos canais de apoio
à profissionalização e qualificação dos órgãos deste setor (PSD e CDS-PP).
Srs. Deputados, como está previsto, cada grupo parlamentar disporá de 3 minutos para intervir no debate.
Tem a palavra, para abrir o debate, a Sr.ª Deputada Rosa Arezes.
A Sr.ª Rosa Arezes (PSD): — Sr.ª Presidente, Sr.as
e Srs. Deputados: Está hoje em discussão um projeto
de resolução que recomenda ao Governo que reformule o sistema de incentivos aos órgãos de comunicação
social locais e regionais, garantindo uma distribuição mais equitativa e também mais adequada à nova
realidade tecnológica e económica dos media.
Sempre, mas sobretudo nos tempos que correm, em que, na feliz expressão de McLuhan, o mundo se
transformou numa «aldeia global», a comunicação social local e regional desempenha um papel determinante.
Em plena era da globalização, reveste-se de particular importância no reforço dos laços comunitários, no
aprofundamento do espírito de pertença e de ligação com a diáspora portuguesa nos quatro cantos do mundo,
na difusão do pulsar quotidiano da vida das comunidades, no exercício da cidadania, na promoção e na
dinamização da própria atividade económica.
Em plena era da globalização, a comunicação social local e regional é essa ferramenta insubstituível,
capaz de criar e de fortalecer laços de proximidade, de estabelecer pontes e de conferir projeção nacional a
anseios e reivindicações de comunidades e de territórios.
É este jornalismo de proximidade que pretendemos valorizar, para que os cidadãos continuem a saber,
praticamente em tempo real, o que se passa no fim do mundo, mas também passem a saber, e cada vez com
mais conhecimento, o que se passa na sua rua, no seu bairro, na sua freguesia, no seu concelho ou região. É
que, em primeira instância, é aqui que está o seu presente e o seu futuro, é no seio das suas comunidades
que os cidadãos são chamados a exercer a cidadania e a construir o amanhã.
E, Sr.as
e Srs. Deputados, o exercício pleno da cidadania só é possível com uma comunicação social
nacional, mas também local e regional, séria, eticamente responsável, diligente, independente, rigorosa,
profissional.
Bem sabemos que nem todos pensam assim ou, pelo menos, nem todos agem de acordo com estes
princípios. Que o diga o Partido Socialista,…
O Sr. Hugo Lopes Soares (PSD): — Muito bem!
A Sr.ª Rosa Arezes (PSD): — … para quem a comunicação social local e regional nunca passou de um
«parente pobre». O centralismo vigente nunca lhe permitiu uma visão nacional dos problemas.
O Sr. Hugo Lopes Soares (PSD): — Muito bem!
A Sr.ª Rosa Arezes (PSD): — E, por causa desta perspetiva redutora e de desvalorização destes media,
protagonizada pelo Partido Socialista, chegámos onde chegámos: a uma situação de completo desfasamento
da realidade.
O atual regime de incentivos está totalmente desatualizado, porque o Partido Socialista nunca quis
acompanhar a evolução dos tempos. Não o soube ou não o quis fazer, nem foi capaz de uma leitura lúcida dos
sinais que a sociedade foi dando.
Mas aqui estamos nós para fazer o que ainda não foi feito.
O Sr. Hugo Lopes Soares (PSD): — Mais uma vez!