I SÉRIE — NÚMERO 19
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O Sr. Pedro Filipe Soares (BE): — Já é a terceira vez!
O Sr. Ministro do Ambiente, Ordenamento do Território e Energia: — … a introdução de combustíveis
low cost, cuja legislação já foi aprovada pelo Governo e que se encontra em debate neste Parlamento; e,
finalmente, a partilha com os consumidores dos benefícios resultantes da revenda para o exterior do gás
oriundo dos contratos take-or-pay, celebrados com a Argélia e com a Nigéria e que permitirá reduzir os custos
sobre as empresas e sobre as famílias, matéria sobre a qual temos estado a trabalhar.
Mas a nossa ação na área da energia tem consolidado, também, a aposta nas energias renováveis, na
eficiência energética e na mobilidade elétrica.
Portugal foi considerado, em 2013, o terceiro melhor país do mundo em política climática: atingimos 60%
de eletricidade renovável e o nosso perfil energético, pela primeira vez, deu origem a uma redução da
dependência energética de 90% para 71,5%.
Provámos que é possível cortar nos custos energéticos e prosseguir a aposta de vários governos nas
energias renováveis.
Ora, o cidadão tem de estar no centro das políticas de energia. Por isso, também aprovámos,
recentemente, o regime de autoconsumo de energia e o regime que privilegia o carregamento elétrico em casa
e nos locais de trabalho.
Neste contexto, foi também fundamental o acordo alcançado em Bruxelas, na passada semana, sobre
política de clima e energia para 2030.
Sr.ª Presidente e Srs. Deputados, concluo, renovando o convite para um compromisso para o crescimento
verde. Nesse documento, que apresentámos em setembro, e que inclui a reforma da fiscalidade verde e metas
para 2020 e para 2030, numa dezena de setores e iniciativas complementares, está previsto um conjunto de
alterações estruturais relevantes para o País.
Ninguém deseja uma falsa planície ideológica ou um repentino exercício de consensos e de convergências
que não atendam à chave de leitura programática dos diferentes partidos políticos.
Mas existem, seguramente, matérias, nomeadamente na área da economia verde, relativamente às quais é
desejável, é indispensável e é possível gerar soluções políticas que transcendam o horizonte do curto prazo e
que confiram estabilidade e previsibilidade às exigentes reformas estruturais.
Nós fizemos a nossa parte. Assumimos o crescimento verde como uma prioridade, apresentámos uma
proposta de estratégia e uma verdadeira reforma fiscal e demonstrámos abertura e interesse no diálogo.
E agora, Srs. Deputados do Partido Socialista? Será um ato eleitoral previsto para daqui a um ano uma
desculpa convincente e conveniente para fugir ao diálogo? Julgo que não, mas os portugueses ajuizarão.
Aplausos do PSD e do CDS-PP.
A Sr.ª Presidente: — Sr. Ministro, inscreveram-se oito Srs. Deputados para pedidos de esclarecimento.
Aguardo que informe a Mesa sobre a forma como pretende responder.
Pausa.
A Mesa foi informada que o Sr. Ministro responderá em dois conjuntos de quatro Deputados.
Em primeiro lugar, para pedir esclarecimentos, tem a palavra o Sr. Deputado Pedro Farmhouse.
O Sr. Pedro Farmhouse (PS): — Sr.ª Presidente, Sr. Ministro do Ambiente, a questão da reforma da
fiscalidade verde é um tema importante, sem dúvida. Pena é que não tenha sido discutido aqui, no início desta
Legislatura, e não propriamente já em fim de ciclo deste Governo.
O Partido Socialista está disponível para discutir todos os dossiês, mas em relação à reforma da fiscalidade
verde ficamos, para já, com uma dúvida. O Governo começou por dizer que queria discutir esse tema antes da
apresentação do Orçamento do Estado, depois disse que o queria discutir após a aprovação do Orçamento e,
pelos vistos, na sua terceira versão, quer discuti-lo durante a especialidade do Orçamento. Entendam-se!
E, por falar em entendimentos, Sr. Ministro, gostaria de saber, a propósito das afirmações do Sr. Ministro
da Economia, Pires de Lima, sobre as taxas e taxinhas, se as críticas que o CDS fez à reforma da fiscalidade