21 DE NOVEMBRO DE 2014
25
Aplausos do CDS-PP.
A Sr.ª Presidente: — Inscreveu-se, para intervir sobre os artigos 62.º e 63.º, o Sr. Secretário de Estado da
Administração Local.
Tem a palavra, Sr. Secretário de Estado.
O Sr. Secretário de Estado da Administração Local (António Leitão Amaro): — Sr.ª Presidente, Sr.as
e
Srs. Deputados, a propósito do artigo 62.º, queria começar por agradecer aos partidos da maioria, que vieram
ajudar a clarificar um Orçamento que para as autarquias é, simultaneamente, de recuperação e de
responsabilidade.
Mas, por falarmos em responsabilidade, vamos falar da irresponsabilidade da oposição. Esta
irresponsabilidade, bem patente nas propostas de alteração que aqui trazem, não precisa de uma lição que,
obviamente, não tinha de ser dada pelo Governo. Creio que os partidos da oposição merecem e têm essa
lição de responsabilidade das próprias autarquias e da Associação Nacional de Municípios Portugueses.
Ouvi o Sr. Deputado Pedro Farmhouse invocar aqui, e bem, o sucesso no ajustamento orçamental e no
equilíbrio das autarquias. É verdade, Sr. Deputado, ele aconteceu, é impressionante e os autarcas fizeram, na
sua grande maioria, um esforço extraordinário nestes últimos três anos.
Mas deixe-me dizer-lhe, Sr. Deputado, que há aqui alguém que não pode participar no mérito desse
sucesso e esse é o seu partido, Sr. Deputado. Porquê? Eu explico-lhe. É que este ajustamento, este equilíbrio
(a redução brutal da dívida dos municípios, o aumento do saldo orçamental positivo, a diminuição dos
pagamentos em atraso) aconteceu porque os autarcas deram um bom exemplo e porque este Governo, com
esta maioria, aprovou um conjunto de reformas importantes, várias leis. E o que fez o seu partido, sempre? Foi
contra. Porquê, Sr. Deputado? Por mera irresponsabilidade.
Protestos do Deputado do PS Pedro Farmhouse.
Sr. Deputado, agora que os senhores e o seu partido começam a falar de futuro, olhem para os autarcas e
reparem na posição de responsabilidade que tiveram nos últimos três anos. Foram capazes de, em três anos
consecutivos, assumir compromissos com este Governo, compromissos de recuperação e de
responsabilidade, e isso aconteceu também neste Orçamento do Estado, Sr. Deputado.
Este Orçamento do Estado aumenta as transferências para as autarquias mas com responsabilidade,
porque exige afetação à consolidação orçamental, mantém a Lei dos Compromissos, melhorando-a, e, quanto
à gestão dos recursos humanos, o que os partidos da maioria propõem, e aqui clarificam, é que deve ser
previsto para 2015 exatamente aquilo que foi acordado entre o Governo e a Associação Nacional de
Municípios Portugueses. Ou seja, distinguir entre municípios desequilibrados e municípios equilibrados — nos
desequilibrados manter as restrições e nos equilibrados, primeiro, voltar a ter poder de contratação e,
segundo, voltar a poder ter flexibilidade no provimento de dirigentes e, Sr. Deputado, algo que a vossa
proposta não faz, limitar o aumento da massa salarial. Isso foi combinado e acertado com a Associação
Nacional de Municípios Portugueses.
O que é que os partidos da maioria clarificam? A maioria dos municípios que estão com boas contas
mantém essa regra, não aumenta a massa salarial — os Srs. Deputados querem repor as diminuições do
passado, com irresponsabilidade! — e, finalmente, permitimos, ainda e em conjunto, que alguns municípios
tenham um aumento moderado.
Assim, propomos a recuperação da autonomia local com o poder de contratar, alguns podem aumentar
moderadamente a massa salarial e prover dirigentes, mas é uma recuperação da autonomia com
responsabilidade e em acordo com os municípios.
Aplausos do PSD e do CDS-PP.
A Sr.ª Presidente: — Vamos prosseguir com o debate.