17 DE JANEIRO DE 2015
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sobre a utilização da Base das Lajes, nos Açores, pelos Estados Unidos. Pior desfecho, para já, seria difícil de
admitir…!
O PS já deplorou os termos da reação do Governo português que, sendo exposto a uma decisão unilateral
e a um tratamento vexatório, não soube, na altura, afirmar o interesse nacional nem as legítimas expetativas
dos portugueses residentes na Região Autónoma dos Açores, em particular na ilha Terceira. O Sr. Primeiro-
Ministro, hoje, procurou emendar a mão.
A nossa solidariedade para com o Governo da Região Autónoma dos Açores, a nossa disponibilidade para
cooperar numa mudança de atitude americana e a necessidade de o Sr. Primeiro-Ministro e de o Governo
cumprirem os tais compromissos que assumiram na ilha Terceira são o essencial.
Mas, Sr. Primeiro-Ministro, o problema é que o senhor e o seu Governo estão também a caminho do
isolamento atlântico.
Aplausos do PS.
A Sr.ª Presidente: — Sr. Primeiro-Ministro, tem a palavra.
O Sr. Primeiro-Ministro: — Sr.ª Presidente, já me referi à questão da Base das Lajes em termos que,
julgo, foram muito claros e não foi «emendar a mão» de coisa nenhuma, Sr. Deputado Ferro Rodrigues, foi
reafirmar o que já tinha afirmado em muitas outras ocasiões.
Quero dizer, no entanto, que acho lamentável que, numa questão deste teor que devia unir politicamente
todos em Portugal, o Partido Socialista esteja a utilizá-la como arma de arremesso político partidário.
Aplausos do PSD e do CDS-PP.
Sr. Deputado, também quero dizer que o Governo, no cumprimento das suas funções, em grande
cooperação com o Governo dos Açores — que, por acaso, é socialista! —, não deixou de acompanhar, desde
o início, toda esta situação. E, Sr. Deputado, é com o Governo Regional dos Açores que estamos justamente a
trabalhar para ultrapassar alguns dos impactos negativos destas decisões.
Aplausos do PSD e do CDS-PP.
A Sr.ª Presidente: — Tem a palavra, Sr. Deputado Ferro Rodrigues.
O Sr. Ferro Rodrigues (PS): — Sr.ª Presidente, Sr. Primeiro-Ministro, não há nenhuma espécie de fuga ao
consenso nacional sobre esta questão. Eu próprio disse que estávamos sempre disponíveis para ajudar no
que diz respeito a pressão sobre os americanos e no cumprimento dos seus acordos com o Governo Regional,
com o qual o PS também mantém contactos diários sobre a gravidade desta situação na ilha Terceira.
Sr. Primeiro-Ministro, as consequências das políticas cegas de austeridade apareceram de forma trágica
nos serviços de saúde, nomeadamente nas urgências.
Em vez de, numa época que é sempre de grande pressão, se reorganizar o trabalho e a retribuição de
médicos e enfermeiros em termos decentes, o Governo preferiu cortar nas escalas, reduzir vencimentos e
limitar o valor a pagar por horas extra. A solução fácil foi recrutar médicos, sem ligação aos hospitais, de
empresas constituídas para fornecer esta mão-de-obra qualificada. Não se pode deixar de responsabilizar o
Governo pela paragem na criação de unidades de saúde familiares e de cuidados continuados.
Protestos da Deputada do PSD Conceição Bessa Ruão.
No debate temático que o PS aqui lançou na semana passada, sobre a situação das urgências
hospitalares, o Ministro da Saúde, referindo-se às três propostas concretas que o PS apresentou, disse que ia
comentá-las. Não o fez! E, agora — felizmente! —, resolve de acordo com a primeira, que é a da possibilidade
de contratação de médicos pelos serviços hospitalares. Mais vale tarde do que nunca!