17 DE JANEIRO DE 2015
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Aplausos do CDS-PP e do PSD.
Por isso, Sr. Primeiro-Ministro, esta reflexão conduz-nos a uma conclusão: o PS não percebeu nada do que
aconteceu em 2011.
A Sr.ª Sónia Fertuzinhos (PS): — E a pergunta ao Sr. Ministro?!
O Sr. Nuno Magalhães (CDS-PP): — O PS não percebeu que desvalorizar o rigor orçamental é meio
caminho andado para que haja menos crescimento económico…
A Sr.ª Sónia Fertuzinhos (PS): — Por isso é que a dívida é maior!
O Sr. Nuno Magalhães (CDS-PP): — … e que rigor orçamental é condição é condição essencial para que
haja, precisamente, esse crescimento.
Sr. Primeiro-Ministro, Portugal começa a ter sinais de crescimento económico. Embora não tenhamos
qualquer tipo de problema em reconhecer que, do ponto de vista do desemprego, a situação ainda é negativa,
a verdade é que a tendência global de 21 meses é de decréscimo, numa altura em que a confiança dos
nossos credores é cada vez maior em relação ao nosso País.
Sr. Primeiro-Ministro, quer-me parecer que aquilo que hoje, em 2015, o PS representa é o PS de 2011, e
os portugueses não quererão, certamente, voltar ao País de 2011, aquele que estava em pré-bancarrota,
aquele que necessitou dos credores para sobreviver e aquele que obrigou a que tomássemos as medidas
difíceis que tomámos em quatro anos.
Vozes do CDS-PP: — Bem lembrado!
O Sr. Nuno Magalhães (CDS-PP): — Sr. Primeiro-Ministro, deitaremos tudo a perder se não continuarmos
com responsabilidade e se acharmos, como o Sr. Deputado Ferro Rodrigues agora disse, que ter défice
excessivo ou não é indiferente e que o que é preciso é investir já e pagar depois se houver dinheiro. Cremos
que não é essa a vida que os portugueses querem.
Aplausos do CDS-PP e do PSD.
A Sr.ª Presidente: — Tem a palavra o Sr. Primeiro-Ministro.
O Sr. Primeiro-Ministro: — Sr.ª Presidente, Sr. Deputado Nuno Magalhães, é conhecido que em 2011,
tivemos, para usar uma expressão do Sr. Deputado Ferro Rodrigues, o País isolado dos seus potenciais
financiadores. E essa foi a razão por que tivemos de pedir financiamento oficial.
Uma parte importante do que nos conduziu a esse problema tem uma dimensão estrutural. Quer dizer que
durante muitos anos não se fizeram reformas que permitissem que Portugal estivesse dentro do espaço da
União Europeia, da zona euro, aproveitando condições de financiamento mais acessíveis, a custos mais
baixos e mais abundantes sem pôr em causa a sustentabilidade das contas públicas. Havia mesmo, durante
alguns anos, quem defendesse, na área económica, que nunca um problema de crise de pagamentos poderia
afetar o País dentro do euro.
Na verdade, tudo isso pôde acontecer. O País precisava de fazer essas reformas e teve de acelerá-las em
três anos, protegido, isolado dos mercados externos, garantido pelos seus credores oficiais. Mas teve também
de corrigir os desequilíbrios graves que foram acentuados por políticas discricionárias, quer dizer que foram
tomadas livremente pelos governos que nos antecederam.
O Sr. Deputado faz bem em recordar isso apenas porque hoje, como diz e muito bem, o que se propõe o
Partido Socialista é a fazer uma abordagem em tudo idêntica àquela que conduziu ao problema, e é por isso
que isso deve preocupar o País. Mas não deixaremos de confrontar isso não apenas quando a campanha