22 DE JANEIRO DE 2015
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O Governo, este ano, no Orçamento para 2015, conseguiu introduzir um conjunto de medidas de
desagravamento fiscal, nomeadamente no IRS, no IRC e no desagravamento da contribuição extraordinária de
solidariedade para os pensionistas, que só é possível fazer porque existe gestão rigorosa. Se queremos
reduzir os impostos — queremos com toda a certeza; todos os Deputados o querem —, temos de gerir melhor
a coisa pública e as empresas públicas. Menos esforço orçamental significa menos impostos amanhã.
Por isso, em síntese, gostaria de dizer que mais empresas saudáveis, mais empresas competitivas e
garantia de serviço público significa maior sustentabilidade que, por sua vez, significa maior autonomia e maior
autonomia significa menos carga fiscal para todos os portugueses, que bem o merecem.
Aplausos do CDS-PP.
A Sr.ª Presidente: — Para uma intervenção, tem a palavra o Sr. Deputado António Prôa, do PSD.
O Sr. António Prôa (PSD): — Sr.ª Presidente, Sr. Secretário de Estado, Sr.as
e Srs. Deputados: Discutimos
hoje os Decretos-Leis relativos à concessão do transporte público coletivo de passageiros à superfície e pelo
metropolitano em Lisboa.
Sejamos claros: o que o PCP defende não surpreende, é sempre o mesmo. O que surpreende é que o
PCP nunca explica como suporta as suas propostas, ou seja, quem é que paga.
O Sr. Bruno Dias (PCP): — Nós explicamos, os senhores é que nunca percebem!
O Sr. António Prôa (PSD): — Já o Partido Socialista, cuja máxima tem sido «alguém há de pagar» faz
aqui hoje uma triste figura. Desde logo porque se devia envergonhar de ter deixado a Carris e o Metro numa
situação de quase falência com a agravante de ter contribuído ativamente para o seu desequilíbrio como
aconteceu no caso do Metro.
Vem agora o PS sugerir novos modelos de gestão?! Com que credibilidade? Nenhuma, Srs. Deputados,
nenhuma!
O Sr. Rui Barreto (CDS-PP): — Muito bem!
O Sr. António Prôa (PSD): — Mas a triste figura socialista, hoje, não se fica por aqui.
O PS, que hoje aparece a defender o protagonismo autárquico na gestão da Carris e do Metro, é o mesmo
que retirou, em 2009, a representação da Câmara Municipal de Lisboa no Conselho de Administração do
Metro.
O Sr. Hugo Lopes Soares (PSD): — Bem lembrado!
O Sr. António Prôa (PSD): — Hoje, o PS reduz aqui a sua posição sobre o futuro dos transportes públicos
em Lisboa à posição de confronto que o Presidente da Câmara de Lisboa entendeu ter com o Governo.
Se quisesse negociar genuinamente com o Governo, não o tinha afrontado, defendendo publicamente
posições que já sabia terem sido recusadas. Isto não é querer negociar.
Sr.ª Presidente, Sr.as
e Srs. Deputados: Vale a pena sublinhar hoje o que o atual Governo conseguiu nestas
empresas que encontrou à beira do abismo. Hoje apresentam resultados operacionais sustentadamente
positivos.
Se retirarmos o endividamento histórico, estas empresas que operam em Lisboa já não dependem do
financiamento do Estado através dos impostos de todos os portugueses com tarifários realistas e, por isso,
estabilizados — este ano, por exemplo, não houve aumentos — e com a procura, embora tenuamente, a voltar
a aumentar como, estou certo, todos desejamos.
Mas vale a pena esclarecer o nosso ponto de vista relativamente ao papel das autarquias na gestão dos
transportes públicos de âmbito local.