23 DE JANEIRO DE 2015
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A Sr.ª Carla Cruz (PCP): — … por aquilo que o CDS e o PSD têm feito aos trabalhadores, que leva a que
as urgências esteja na situação em que está.
Aplausos do PCP.
A Sr.ª Teresa Caeiro (CDS-PP): — Quais foram os centros de saúde que encerraram?
A Sr.ª Presidente: — Está ainda inscrita para fazer perguntas a Sr.ª Deputada Luísa Salgueiro.
Tem a palavra, Sr.ª Deputada.
A Sr.ª Luísa Salgueiro (PS): — Sr.ª Presidente, Sr.as
e Srs. Deputados, queremos cumprimentar a
bancada do PCP por, mais uma vez, trazer à discussão a situação das urgências e do Serviço Nacional de
Saúde, em geral, situação que é grave, que existe e que não é uma invenção da oposição.
Ouvindo as bancadas do PSD e do CDS, particularmente a do CDS, parece que de repente quer a
comunicação social, quer a oposição se uniram para, finalmente, desmascarar o falso prestígio que o Sr.
Ministro Paulo Macedo conseguiu obter ao longo destes anos.
O certo é que nos primeiros anos de governação o Sr. Ministro Paulo Macedo, muito preocupado com a
sua imagem, conseguiu disfarçar os efeitos dos cortes que veio produzindo, mas neste momento tornaram-se
indisfarçáveis as opções do Governo em matéria de cuidados de saúde primários.
Sr.ª Deputada, vou esclarecê-la dizendo-lhe que de 2006 a 2011, durante o Governo do PS, abriram-se 320
unidades de saúde familiar e que desde o início do mandato do atual Governo até agora abriram-se 90. Isto
faz toda a diferença, porque as pessoas não têm onde se dirigir quando estão doentes que não seja ao
hospital, dirigem-se imediatamente à urgência.
Por outro lado, quando já não precisam de estar na urgência permanecem lá porque não há retaguarda,
não há cuidados de saúde continuados…
A Sr.ª Maria Antónia Almeida Santos (PS): — Muito bem!
A Sr.ª Luísa Salgueiro (PS): — … e as camas de convalescença estão a ser encerradas. Na região Norte,
a ARS decidiu fechar as camas de convalescença. Ora, isto não é indiferente.
E não vale agora o Sr. Ministro vir falar destas medidas que se tornam até um pouco ridículas, na medida
em que são avanços e recuos. Aliás, assistimos, ontem, à seguinte situação: a coligação dividiu-se na
Comissão porque o votar o PSD num sentido e o CDS-PP noutro,…
O Sr. Nuno Magalhães (CDS-PP): — Nada disso!
A Sr.ª Luísa Salgueiro (PS): — … e, no Governo, o Sr. Secretário de Estado Leal da Costa prestou
declarações ao fim da tarde e o Sr. Ministro, depois do jantar, corrigiu o que disse o Sr. Secretário de Estado
Leal da Costa.
A Sr.ª Hortense Martins (PS): — É trapalhada atrás de trapalhada!
A Sr.ª Luísa Salgueiro (PS): — É o desnorte total que significa uma falta de planeamento e de estratégia
que sempre existiram no Serviço Nacional de Saúde e o objetivo percebeu-se bem esta semana quando se
disse: «Se não há resposta nos públicos, recorremos aos privados». Verdadeiramente, foi sempre esta a
intenção deste Governo.
Por isso, queremos perguntar ao Partido Comunista se entende ou não que a resposta para situações
como esta é o reforço dos cuidados de saúde primários, sobretudo o modelo das unidades de saúde familiar e
o alargamento da rede de cuidados continuados integrados, medidas que tinham sido tomadas anteriormente
e que este Governo boicotou.
Aplausos do PS.