I SÉRIE — NÚMERO 42
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encargos, tivemos de discutir com o Conselho Nacional para a Economia Social, com a Confederação
Nacional das Instituições de Solidariedade Social (CNIS) e com a União das Misericórdias Portuguesas,
obviamente, o nosso ponto de chegada foi de consenso e as duas confederações que têm a ver com esta
matéria deram a sua anuência.
Julgo que o Governo não andou mal e que soube levar bem o encargo que esta Assembleia da República
lhe deu quando, por unanimidade, aprovou a Lei de Bases da Economia Social.
Sr.as
e Srs. Deputados, permitam-me que refira umas palavras finais sobre a apreciação parlamentar
apresentada pelo Partido Socialista.
Sr.ª Deputada Catarina Marcelino, agradeço a intervenção que fez e o facto de ter menorizado a iniciativa
que o Governo tomou… Ao fim e ao cabo, quem a Sr.ª Deputada está a menorizar são as instituições de
solidariedade!
Os senhores têm um problema com a História: as vossas propostas chegam com 19 anos de atraso.
De facto, no pacto de cooperação que foi assinado pelo Sr. Eng.º António Guterres, então Primeiro-
Ministro, no dia 19 de dezembro de 1996, com a Associação Nacional de Municípios Portugueses, com a
Associação Nacional de Freguesias, com a atual CNIS, com a União das Misericórdias e com a União das
Mutualidades Portuguesas, a dada altura, o Governo de então comprometia-se a rever o estatuto das IPPS.
Ora, 19 anos depois, apresentaram um conjunto de propostas, que vamos analisar com todo o cuidado, mas
que demoraram 19 anos a chegar, Sr.ª Deputada!
Permita-me ainda que deixe uma outra nota. Era bom que a Sr.ª Deputada também dissesse aqui, no
Parlamento, que o Governo anterior empurrou muitas instituições do setor social e solidário para investimentos
sem garantir à partida o necessário acordo de cooperação. Há dezenas e dezenas de instituições à espera de
acordos de cooperação porque os senhores não garantiram a celebração desses acordos.
Aplausos do PSD e do CDS-PP.
O Sr. Presidente (Guilherme Silva): — Sr. Secretário de Estado, faça favor de terminar.
O Sr. Secretário de Estado da Solidariedade e da Segurança Social: — Sr. Presidente, para terminar,
vamos ao que interessa.
O Sr. Marcos Perestrello (PS): — Só agora?
O Sr. Secretário de Estado da Solidariedade e da Segurança Social: — Aquilo que interessa é que o
consenso que foi possível estabelecer nesta Câmara com a Lei de Bases da Economia Social estendeu-se,
tendo havido um profundo debate quanto ao Estatuto das IPSS. Iremos avaliar as propostas apresentadas
pelo Partido Socialista na certeza de que o setor social e solidário, como parte integrante da economia social,
tenha a pujança e o reconhecimento que merece.
Aplausos do PSD e do CDS-PP.
O Sr. Presidente (Guilherme Silva): — Srs. Deputados, terminado este debate, informo que deu entrada na
Mesa uma proposta de alteração e de aditamento, apresentada pelo Partido Socialista, relativa ao Decreto-Lei
objeto de apreciação parlamentar, e que baixa à 10.ª Comissão.
Vamos passar ao ponto seguinte e último da nossa ordem de trabalhos, que consta da discussão, na
generalidade, do projeto de lei n.º 640/XII (3.ª) — Extingue o Arsenal do Alfeite, SA, e determina a reintegração
do Arsenal do Alfeite na orgânica da Marinha (PCP) em conjunto com o projeto de resolução n.º 1231/XII (4.ª)
— Recomenda ao Governo a extinção do Arsenal do Alfeite, SA, e a sua reintegração na orgânica da Marinha
(BE).
Para apresentar o projeto de lei do PCP, tem a palavra o Sr. Deputado Bruno Dias.